Nacionalismo fora de hora
Numa sociedade em rápida transformação, como a nossa, a economia, a política e a cultura nunca evoluem no mesmo passo. A economia pode modernizar-se rapidamente sob a pressão dos contactos com o exterior, sem que o sistema político e as ideias na sociedade acompanhem-na no mesmo ritmo. A falta de sincronia entre essas esferas da vida social transmite a impressão de que o país vive simultaneamente em tempos históricos diferentes. Portugal, perdeu a maior parte dos anos 70 e ... procurando inimigos externos e internos para justificar sua pobreza e seu atraso em relação ao mundo. Nessa busca insensata perdemos a capacidade de perceber nossos próprios problemas, nossas fraquezas e, muito pior que isso, as grandes possibilidades que tínhamos diante de nós.
Alimentamos
conflitos políticos inúteis, criamos espaço para lideranças políticas
ineptas e irresponsáveis e deixamos de investir na criação das
condições objectivas que tornam possível o crescimento econômico.
Enquanto os outros países europeus iam evoluindo, conseguiram romper o
círculo de atraso de consciência e
ingressaram numa fase de modernização económica e social que nos está
levando, pela primeira vez, para o centro relevante do mundo. em
Portugal ,
no entanto, a modernização económica ( porque ela existe neste país
)ainda não teve tempo, ou não foi
capaz, de influir no modo de funcionamento do sistema político e no
conjunto das ideias com que os "verdadeiros" portugueses interpretam a
sua realidade.
A
política
continua o mesmo modo patrimonialista de sempre e pode tornar-se um
obstáculo importante à continuidade do nosso desempenho econômico. Mas o
mais grave é a sobrevivência de ideias anacrónicas que ainda guiam o
comportamento de sectores importantes da sociedade. A pior dessas ideias
é
o nacionalismo de esquerda. É um nacionalismo mais recatado e fino,
sem os slogans( esquerdistas )
patéticos dos anos 50, mas mesmo assim carregado do mesmo veneno.
estes
nacionalismos de todos os tipos de esquerda estão na origem dos maiores
desastres e
dos maiores fracassos das sociedades humanas nos últimos cem anos.
Trazem-nos à tona os piores instintos humanos,que os bolcheviques
trouxeram com eles e que deu origem á divisão do mundo em duas
super-potências e que em grande parte quase nos levaram a um retrocesso
quase civilizacional.
Sou nacionalista e acho inconcebível que um comunista, socialista... possam proclamar-se nacionalistas.
O
que sabem eles do que é ser nacionalista?!... sofreram pela nação, tem
amor por ela, morreriam por ela e pela sua salvaguarda?!...
Não, porque são todos eles internacionalistas globais, querem que sejamos todos iguais...
Estas
reflexões me vêm à mente com as notícias de o PCP, o PS e o BE, se
preocuparem com a causa nacional e que sempre foi uma bandeira sua ser
nacionalista...Os tempos mudaram ou então, foi criado um novo "nacionalismo", arcaico e atavio e incoerente.
Temos um novo nacionalismo fora de horas e estranho, é como dizerem que sou irmão de um negro...ou que um gay é igual a mim...
Onde iremos chegar com estes anacronismos?!...
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