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sexta-feira, 15 de julho de 2011

A agricultura e as suas repurcões no meio....

Os dados que possuo dá-me cerca de 2840 empresas que foram declaradas insolventes nos últimos meses de 2010,  mais 3,1 por cento que no mesmo período de 2009 .

O número de empresas que faliu no segundo semestre de 2010 aumentou 3,1 por cento face ao mesmo período de 2009, ao passo que a criação de empresas sofreu um ligeiro decréscimo de 1,9 por cento.
Os sectores que mais sofreram com a crise foram os da construção e da indústria transformadora , num período onde 2840 empresas foram declaradas insolventes contra as 1795 nos primeiros seis meses de 2009.

Em termos de distritos, o Porto foi o mais afectado pelos encerramentos de empresas, seguido de Lisboa e Braga, uma situação semelhante ao primeiro semestre de 2009.

No que toca à criação de empresas, foram constituídas 16258 entre Janeiro e Junho de 2010, menos 164 que no mesmo período de 2009.

Por outro lado, 5200 empresas foram dissolvidas nos primeiros seis meses deste ano, menos 11,7 por cento que no primeiro semestre de 2010.

Mas temos que analisar,e que não existe só o problema  das falências das empresas,mas tem a ver com muitos factores,tais como o excessivo plantio dos terrenos ,a utilização de uma só cultura,as árvores que actualmente,plantamos :pinheiro,acácia,e por incrível que pareça a chuva muitas vezes antes de Outubro e por vezes a precipitação dessa chuva muito intensa e isso ajuda há degradação ou deterioração do nosso solo:

Diversas áreas do interior de Portugal
(Alentejo, Algarve, Beira Interior e Trás-os-
Montes) apresentam vastas áreas com
elevado grau de degradação dos solos e
da vegetação, podendo levar à
desertificação num futuro próximo.

Temos aldeias que estão a ficar desertas, abandonadas à sua sorte e engolidas pela vegetação. Nem mesmo as que estão nos arredores de algumas capitais de distrito escapam.
Em 2001, a densidade populacional de Portugal era de 112 habitantes/km2, valor quase idêntico à média europeia, de 114 habitantes, mas com uma diferença abissal: as densidades populacionais mais elevadas encontram-se na faixa litoral oeste até ao Sado e na orla algarvia, enquanto no interior as densidades são muitas vezes inferiores a 20 habitantes por km2.

A susceptibilidade do clima à desertificação pode ser traduzida através das disponibilidades hídricas do solo, reflectindo as situações de humidade e de stress hídrico. Assim constrói-se um Índice de Aridez (obtido pela divisão da precipitação anual média pela evapotranspiração potencial (ETP) anual média). Paralelamente possuímos escassos recursos em terra e temos elevadíssimos riscos potenciais de erosão. Portugal é um dos países da Europa do Sul onde existe maior predominância de solos de má qualidade (66% do território) com apenas 8% de solos de boa qualidade, onde 68% do território tem alto risco de erosão

Portugal está sujeito a riscos de erosão moderados a elevados, sendo o risco potencial de erosão elevado em quase todas as regiões do país. Desta forma os solos mais degradados deveriam estar protegidos através de floresta, preferencialmente constituída por carvalho, azinheira ou sombreiro (floresta climácica). A destruição deste tipo de floresta e a introdução da acácia, do pinheiro bravo e do eucalipto, poderão ter sido um dos factores que contribuíram para o fenómeno de desertificação.

Se aliarmos a estas causas o facto de se terem cometido alguns erros irreversíveis como a Campanha do Trigo no Alentejo, temos a resposta para o problema. De facto a Campanha do Trigo, com o objectivo de tornar o país auto-suficiente, alimentando com pão toda população portuguesa e a consequente produção excessiva de trigo, permitiu que os solos se degradassem de tal forma que nas zonas mais declivosas se verificou uma perda de solo entre 15 a 20 cm, transformando-os em solos esqueléticos (Sequeira, E.M.). Para além da perda de fertilidade, com menor capacidade de suporte dos ecossistemas, os solos perderam a função vital de regularização do ciclo hidrológico, pois afectou-se a permeabilidade e capacidade de retenção devido a alterações no solo de espessura efectiva, porosidade, teor em matéria orgânica e estrutura, com todas as consequências para a disponibilidade de água e sua qualidade.

A perda de solo que se verificou com muita intensidade no Alentejo também se foi observando nas Beiras e Trás-os-Montes (Sequeira, E.M.). Os solos xistosos das Beiras e do Alentejo, que apresentam elevados índices de erosão, nas zonas com menor coberto vegetal protector, têm uma menor estabilidade,muito menor teor em matéria orgânica, uma muito menor permeabilidade e maior propensão para a formação de uma crosta superficial (que vai impedir a infiltração e vai aumentar o escoamento e uma maior erosão), podem explicar a degradação observada nestes locais.

A degradação do solo e erosão ao se acentuarem,vão inibir a disponibilidade e qualidade de água existente no solo, o que provoca uma redução do coberto vegetal, diminui a protecção do solo que lhe é tão necessária, reduz em alto número o teor em matéria orgânica e piora em muito a estrutura, acentuando-se ainda mais o fenómeno de erosão. É portanto um ciclo que urge ser combatido.

Só que até agora nada foi feito,por nenhum governo desde os governos pós 25 de Abril.
Parece nada importar,importa sim encher os bolsos dos nossos desgovernantes.
É assim a triste história de uma Nação,que tem estado numa letargia apática,há cerca de mais de três décadas.

Nada nos faz crer que esta ministra da Agricultura e governo façam qualquer coisa afim de mudar estes factos...Continuamos pois a viver numa letargia incoerente.
   

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