A campanha eleitoral parece ter entrado numa fase estéril, em que os candidatos tentam conquistar o voto dos indecisos e cedem ao folclore do pingue-pongue de pretensas ofensas e meias verdades. E o que noto, o que ouço nas ruas é que o País se está a borrifar para os políticos e muita gente manifesta intenção de não votar (a abstenção irá de novo ser a maior)?
Confesso que é uma questão que me preocupa.
Mas não posso com isenção deixar de perceber que algo vai mal nas estratégias de marketing que cada partido delineou. Falta poder de argumentação sobre aquilo que devia ser dito, falta falar de pensam fazer pelo País.
Hoje (admito que esteja errado) fiquei com a sensação de que o mundo em que vivem os políticos não é o mesmo de quem os elege.
Aflige-me que, a menos de uma semana das eleições, os partidos apostem tudo na conquista dos votos dos indecisos.
Não deveria o discurso político apostar, antes, em assegurar segurança, justiça e direitos civis?
Faço esta pergunta em face das conclusões do estudo encomendado pelo Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social. (in ‘Público’ 30/05/11)
Esse estudo - do Instituto Superior de Economia e Gestão, da Universidade Técnica de Lisboa - conclui que cerca de 40% dos nossos querubins são pobrezinhos, ou seja:
Duas em cada cinco crianças portuguesas vivem em situação de pobreza.
1. Não é José Sócrates que nos pode tirar do "buraco" em que estamos quando foi ele que lá nos meteu: assim, deve ser punido por isso e só Pedro Passos Coelho (PPC) tem condições para chefiar o próximo Governo - eis o essencial da mensagem eleitoral do PSD. Já Sócrates diz que foi o chumbo do PEC IV, da principal responsabilidade do PSD, que levou ao agravamento da situação causada pela gravíssima crise internacional e à intervenção exterior, sendo certo que PPC e o PSD só tornarão tudo muito pior, pois querem destruir o Estado Social. Paulo Portas, por sua vez, coincide com o PSD quanto a Sócrates, mas afirma-se como o mais preparado para lhe suceder, sugere que o CDS a isso pode aspirar; coloca-se acima dos ataques entre PS e PSD e manifesta preocupações sociais que o distanciem do seu ex e provável futuro parceiro de coligação. Enfim, BE e PCP, com pequenas diferenças entre eles, também malham em Sócrates, mas enfatizam que PS, PSD e CDS são iguais e propõem a mesma desastrosa receita, a do acordo com a troika que os três subscreveram; e sublinham que o decisivo é mudar de política(s), com uma vitória da esquerda.
2. O que resulta daqui e da progressiva degradação das condições de vida das pessoas, sem expectativa de melhorias, é que quem está no poder está em princípio condenado a perder: por mais justificações que tenha ou crie para a situação vivida, por melhor que tenha feito antes e por mais que tente demonstrar que se no Governo estivessem outros seria pior ainda. É o que diz a experiência, comprova a História e está a acontecer por toda a Europa. Se alguma coisa pode surpreender é o empate técnico entre PSD e PS que as sondagens têm registado. Só explicável por uma série de factores, entre os quais a pouca consistência da alternância possível, os erros do PSD e o efectivo medo de que destrua o Estado Social, quando ele é mais necessário; e ainda a acentuada subida do CDS, por causas implícitas no que antes se disse, que afecta sobretudo o PSD, e na descida do BE, que beneficia sobretudo o PS.
3. No actual contexto, sendo a crise global que se vive, no fundamental, consequência de um ultraliberalismo selvagem, pareceria lógico que os partidos de esquerda se reforçassem. Mas não é isso que está em geral a acontecer. Creio que o PCP, não obstante a comunicabilidade de Jerónimo de Sousa, e a ideia de seriedade que transmite, apenas poderá manter o seu eleitorado tradicional; e o BE, não obstante Francisco Louçã ser talvez o líder mais preparado, tenderá até a descer. Porque a conduta de ambos os partidos, com culpas deles (e o contributo do PS), os leva a um irremediável afastamento da área do poder, por como que quererem impor e sobrepor aos outros os seus pontos de vista, apesar de minoritários, para aceitar qualquer plataforma de entendimento, inclusive para dar sustentação parlamentar a um Governo. O que creio ter frustrado principalmente a expectativa de parte dos que passaram a votar BE e pensaram que poderia e deveria ter um relacionamento diferente com os socialistas.
4. Tudo visto, pode-se dizer que o favoritismo está do lado do PSD e a maior probabilidade é a de um futuro Governo com o CDS. Mas ficando o PS e o PSD muito próximos um do outro, o mais aconselhável seria formarem um Governo de coligação. Ainda nada está decidido em definitivo. E o principal trunfo do PS poderia ser, com uma boa campanha (que não tem feito) o que o PSD propõe em sede de Estado Social e privatizações, desde o projecto de Constituição, de que não tem falado, até às propostas dos "grupos" de personalidades que não passaram para o programa, talvez por serem eleitoralmente nocivas, mas podem vir a ser aplicadas (pois quem é que irá para o Governo?...).
5. Aconteça o que acontecer, os líderes dos maiores partidos, em particular os do PS e PSD, podem estar certos de que uma muito substancial parte dos seus votos não será pela positiva, mas pela negativa - o que é mau e preocupante. Creio que nunca, como nas próximas eleições, haverá tantos eleitores a votar contra (sobretudo Sócrates), e não a favor... Por isso, o próximo primeiro-ministro, quem quer que ele seja, não pode confundir o voto no seu partido com a aprovação do seu programa, ou pelo menos de todo o seu programa...
O ponto 1 descreve admiravelmente a actual situação politica. Quem chegar a Portugal hoje, após anos de ausência, percebe de imediato o que se passa se ler este parágrafo.
O ponto 4 mostra já se ter convencido da inevitabilidade da derrota PS e tenta ajudar com sugestões de criticas ao PSD. É uma receita que já não resulta. O PS tem-se portado como partido da oposição, pois critica os outros sem mostrar as suas opções. Esta atitude destrutiva mostra que já não tem novidades para dar e tenta assustar o eleitorado com mitos e truques de propaganda.
O ponto 5 é que me deixa espantado.
Então o voto não pode ser de protesto? Isso é nocivo? Pelo contrário, é o cerne da democracia: penalizar quem governou mal e escolher uma alternativa. E com 4 partidos à escolha, além dos que não têm representação parlamentar, escolher um deles, mesmo sob protesto, não deixa de ser uma escolha pela positiva.
Sendo assim, não vejo como possa ser mau algum português deixar de votar PS porque entende que governou mal, escolhendo outro partido que espera que possa governar melhor.
Contra factos não há argumentos, o PS não soube enfrentar da melhor maneira a difícil crise internacional e foi, por falta de visão e competência, parte do problema e não da solução. Aliás o ponto 2 do seu texto é incorrecto: em dificuldade, o nosso povo sempre segurou os líderes que ocupam o poder.
Mas para isso acontecer os governantes em funções têm de ser minimamente competentes.
Portugal começa em 2005 com uma percentagem 62,8%, diria herdada por Sócrates do PSD. Em 2007 estamos nos 68,3% do PIB. Hoje muitos políticos portugueses negam a entrada do mundo numa CRISE GLOBAL a partir de 2007. Nessa altura a dívida soberana em função do PIB era por Países em 2007(1ª coluna), e passou a ser em 2010 (2ª coluna) de:
Grécia - 105% - 142%
Itália - 103% - 119%
Bélgica - 84% - 96,7%
Irlanda - 25% - 96,2%
Portugal - 68% - 93%
Alemanha 65% - 83,2%
França-64% - 81,7%
R. Unido-44% - 80%
Ou seja, apesar do agravamento geral da dívida soberana em quase todos os Países Europeus, não tivemos nenhuma CRISE MUNDIAL segundo todos os opositores ao nosso Governo! Só tivemos maus Governos por essa Europa fora! Agora se me permitirem vou provar que houve crise e que afectou todos os Países da CEE com excepção da Suécia:
Agravamento da dívida soberana em função do PIB 2007-2010, em percentagem:
Letónia - 397%
Irlanda - 284%
Luxemburgo -175%
Roménia - 144%
Reino Unido - 80%
Espanha - 66%
Dinamarca - 59%
Eslováquia -39%
Holanda - 38%
Finlândia - 38%
PORTUGAL - 36%
Grécia - 35%
R. Checa - 31%
ALEMANHA - 28%
FRANÇA - 28%
Então diria perante circunstâncias muito adversas o Governo Português teve uma boa performance, pouco pior que o Sr. Sarkozy e a Srª Merckel. E a Itália e a Bélgica?
A minha última pergunta refere-se a algo que não compreendo ou, talvez passei a compreender! E penso estar relacionado com DSK.
Olhando friamente os números atrás mencionados e publicados pelo Eurostat faço as seguintes perguntas:
- Porque foi a Irlanda a 1ª a ser atacada? - Respondo com um agravamento de 284% da dívida soberana em função do seu PIB ( em 3 anos ).
- Porque foi a Grécia a segunda a ser atacada pelas agências de rating - teve um agravamento de 35% da sua dívida soberana em 3 anos, mas em termos percentuais já ia em 142% do PIB.
- Depois vem o ataque a Portugal! Não o percebo e como dizia um Prof. de Economia Americano - absolutamente desnecessário.
-Porque não atacaram a Bélgica? (já com uma dívida soberana representando 96,7% do PIB)
-Porque não atacaram a Itália? ( já com uma dívida soberana representando 119% do PIB)
-Porque não atacaram a Espanha com um agravamento do défice de 66% entre 2007-2010 ?( Já com uma dívida representando 67% do seu PIB ).
Porque se sentiram ameaçados a Alemanha e a França? Afinal sofreram também na pele uma crise global ou não?
É que a Alemanha viu agravar-se em 3 anos a sua dívida em 28%, em relação a 2007, e a França também em 28%.
Sócrates ia fazendo melhor - agravou, nesta contextura internacional, em 36% a nossa dívida soberana, mas com um governo minoritário!
ISTO É FALAR SÉRIO!
Realmente é fundamental esclarecer os indecisos, e como dizem que não houve crise internacional, deixo aqui o link para o relatório, de mais de 600 páginas, da comissão de inquérito americana sobre a origem da crise (pena ser em Inglês) onde se pode ver a sua aterradora dimensão. http://cybercemetery.unt.... ackspacecloud.com/fcic_final_report_full.pdf
Por outro lado o acordo imposto (pois a capacidade negocial de Portugal perante os devedores é mínima ... o porquê? aínda não percebi), pela troika, é um programa de governo muito violento e terá que ser implementado, sob pena de entrarmos rapidamente em bancarrota, e disso é fundamental que não hajam dúvidas.
Agora poderá ser executado pelo PS, que fará cortes sociais mas no mínimo possível porque, por um lado, está na sua matriz ideológica, e por outro, foi ele que implantou muitos deles.
Mas se for implementado pelo PSD, partido de que o insuspeito Paulo Portas se diz socialmente mais esquerda, de tal modo radical é a sua agenda económica e social, os custos para os portugueses serão imensos (é só ler o programa deles) .
Ambos podem cumprir o acordo mas com preços sociais muito diferentes!
É isso que as pessoas no dia 5 têm que escolher.
Com isto não digo que o PS, seja uma boa opção, para mim e muitos como eu, tanto o PSD ou o CDS-PP, não esquecendo o PCP e o BE, são tudo farinha do mesmo saco, e é por isso que afirmo que devemos votar nos partidos pequenos, aqueles que não têm representação parlamentar, e que nós no dia 5 de Junho devíamos dar voz, porque seria a nossa voz, a da discordância, a da mudança.
Votem bem votem nacionalismo...
Confesso que é uma questão que me preocupa.
Mas não posso com isenção deixar de perceber que algo vai mal nas estratégias de marketing que cada partido delineou. Falta poder de argumentação sobre aquilo que devia ser dito, falta falar de pensam fazer pelo País.
Hoje (admito que esteja errado) fiquei com a sensação de que o mundo em que vivem os políticos não é o mesmo de quem os elege.
Aflige-me que, a menos de uma semana das eleições, os partidos apostem tudo na conquista dos votos dos indecisos.
Não deveria o discurso político apostar, antes, em assegurar segurança, justiça e direitos civis?
Faço esta pergunta em face das conclusões do estudo encomendado pelo Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social. (in ‘Público’ 30/05/11)
Esse estudo - do Instituto Superior de Economia e Gestão, da Universidade Técnica de Lisboa - conclui que cerca de 40% dos nossos querubins são pobrezinhos, ou seja:
Duas em cada cinco crianças portuguesas vivem em situação de pobreza.
Votar contra...
Nunca, como nas próximas eleições, haverá tantos eleitores a votar contra e não a favor... Por isso, não se poderá confundir o voto no partido com a aprovação do seu programa
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2. O que resulta daqui e da progressiva degradação das condições de vida das pessoas, sem expectativa de melhorias, é que quem está no poder está em princípio condenado a perder: por mais justificações que tenha ou crie para a situação vivida, por melhor que tenha feito antes e por mais que tente demonstrar que se no Governo estivessem outros seria pior ainda. É o que diz a experiência, comprova a História e está a acontecer por toda a Europa. Se alguma coisa pode surpreender é o empate técnico entre PSD e PS que as sondagens têm registado. Só explicável por uma série de factores, entre os quais a pouca consistência da alternância possível, os erros do PSD e o efectivo medo de que destrua o Estado Social, quando ele é mais necessário; e ainda a acentuada subida do CDS, por causas implícitas no que antes se disse, que afecta sobretudo o PSD, e na descida do BE, que beneficia sobretudo o PS.
3. No actual contexto, sendo a crise global que se vive, no fundamental, consequência de um ultraliberalismo selvagem, pareceria lógico que os partidos de esquerda se reforçassem. Mas não é isso que está em geral a acontecer. Creio que o PCP, não obstante a comunicabilidade de Jerónimo de Sousa, e a ideia de seriedade que transmite, apenas poderá manter o seu eleitorado tradicional; e o BE, não obstante Francisco Louçã ser talvez o líder mais preparado, tenderá até a descer. Porque a conduta de ambos os partidos, com culpas deles (e o contributo do PS), os leva a um irremediável afastamento da área do poder, por como que quererem impor e sobrepor aos outros os seus pontos de vista, apesar de minoritários, para aceitar qualquer plataforma de entendimento, inclusive para dar sustentação parlamentar a um Governo. O que creio ter frustrado principalmente a expectativa de parte dos que passaram a votar BE e pensaram que poderia e deveria ter um relacionamento diferente com os socialistas.
4. Tudo visto, pode-se dizer que o favoritismo está do lado do PSD e a maior probabilidade é a de um futuro Governo com o CDS. Mas ficando o PS e o PSD muito próximos um do outro, o mais aconselhável seria formarem um Governo de coligação. Ainda nada está decidido em definitivo. E o principal trunfo do PS poderia ser, com uma boa campanha (que não tem feito) o que o PSD propõe em sede de Estado Social e privatizações, desde o projecto de Constituição, de que não tem falado, até às propostas dos "grupos" de personalidades que não passaram para o programa, talvez por serem eleitoralmente nocivas, mas podem vir a ser aplicadas (pois quem é que irá para o Governo?...).
5. Aconteça o que acontecer, os líderes dos maiores partidos, em particular os do PS e PSD, podem estar certos de que uma muito substancial parte dos seus votos não será pela positiva, mas pela negativa - o que é mau e preocupante. Creio que nunca, como nas próximas eleições, haverá tantos eleitores a votar contra (sobretudo Sócrates), e não a favor... Por isso, o próximo primeiro-ministro, quem quer que ele seja, não pode confundir o voto no seu partido com a aprovação do seu programa, ou pelo menos de todo o seu programa...
O ponto 1 descreve admiravelmente a actual situação politica. Quem chegar a Portugal hoje, após anos de ausência, percebe de imediato o que se passa se ler este parágrafo.
O ponto 4 mostra já se ter convencido da inevitabilidade da derrota PS e tenta ajudar com sugestões de criticas ao PSD. É uma receita que já não resulta. O PS tem-se portado como partido da oposição, pois critica os outros sem mostrar as suas opções. Esta atitude destrutiva mostra que já não tem novidades para dar e tenta assustar o eleitorado com mitos e truques de propaganda.
O ponto 5 é que me deixa espantado.
Então o voto não pode ser de protesto? Isso é nocivo? Pelo contrário, é o cerne da democracia: penalizar quem governou mal e escolher uma alternativa. E com 4 partidos à escolha, além dos que não têm representação parlamentar, escolher um deles, mesmo sob protesto, não deixa de ser uma escolha pela positiva.
Sendo assim, não vejo como possa ser mau algum português deixar de votar PS porque entende que governou mal, escolhendo outro partido que espera que possa governar melhor.
Contra factos não há argumentos, o PS não soube enfrentar da melhor maneira a difícil crise internacional e foi, por falta de visão e competência, parte do problema e não da solução. Aliás o ponto 2 do seu texto é incorrecto: em dificuldade, o nosso povo sempre segurou os líderes que ocupam o poder.
Mas para isso acontecer os governantes em funções têm de ser minimamente competentes.
Agora é a sério ... O Governo de Sócrates foi bom ou mau?
Tudo começou onde? Num ataque desenfreado pelas ditas agências de rating contra a Irlanda, a Grécia e, depois Portugal! Passaram por cima da Itália e da Bélgica, não sei porquê? Mas agora começo talvez a perceber, pelo papel de DSK! FONTE: Eurostat 26 de Abril de 2011 - Dívida soberana versus PIB - é um gráfico giro e animado!
Portugal começa em 2005 com uma percentagem 62,8%, diria herdada por Sócrates do PSD. Em 2007 estamos nos 68,3% do PIB. Hoje muitos políticos portugueses negam a entrada do mundo numa CRISE GLOBAL a partir de 2007. Nessa altura a dívida soberana em função do PIB era por Países em 2007(1ª coluna), e passou a ser em 2010 (2ª coluna) de:
Grécia - 105% - 142%
Itália - 103% - 119%
Bélgica - 84% - 96,7%
Irlanda - 25% - 96,2%
Portugal - 68% - 93%
Alemanha 65% - 83,2%
França-64% - 81,7%
R. Unido-44% - 80%
Ou seja, apesar do agravamento geral da dívida soberana em quase todos os Países Europeus, não tivemos nenhuma CRISE MUNDIAL segundo todos os opositores ao nosso Governo! Só tivemos maus Governos por essa Europa fora! Agora se me permitirem vou provar que houve crise e que afectou todos os Países da CEE com excepção da Suécia:
Agravamento da dívida soberana em função do PIB 2007-2010, em percentagem:
Letónia - 397%
Irlanda - 284%
Luxemburgo -175%
Roménia - 144%
Reino Unido - 80%
Espanha - 66%
Dinamarca - 59%
Eslováquia -39%
Holanda - 38%
Finlândia - 38%
PORTUGAL - 36%
Grécia - 35%
R. Checa - 31%
ALEMANHA - 28%
FRANÇA - 28%
Então diria perante circunstâncias muito adversas o Governo Português teve uma boa performance, pouco pior que o Sr. Sarkozy e a Srª Merckel. E a Itália e a Bélgica?
A minha última pergunta refere-se a algo que não compreendo ou, talvez passei a compreender! E penso estar relacionado com DSK.
Olhando friamente os números atrás mencionados e publicados pelo Eurostat faço as seguintes perguntas:
- Porque foi a Irlanda a 1ª a ser atacada? - Respondo com um agravamento de 284% da dívida soberana em função do seu PIB ( em 3 anos ).
- Porque foi a Grécia a segunda a ser atacada pelas agências de rating - teve um agravamento de 35% da sua dívida soberana em 3 anos, mas em termos percentuais já ia em 142% do PIB.
- Depois vem o ataque a Portugal! Não o percebo e como dizia um Prof. de Economia Americano - absolutamente desnecessário.
-Porque não atacaram a Bélgica? (já com uma dívida soberana representando 96,7% do PIB)
-Porque não atacaram a Itália? ( já com uma dívida soberana representando 119% do PIB)
-Porque não atacaram a Espanha com um agravamento do défice de 66% entre 2007-2010 ?( Já com uma dívida representando 67% do seu PIB ).
Porque se sentiram ameaçados a Alemanha e a França? Afinal sofreram também na pele uma crise global ou não?
É que a Alemanha viu agravar-se em 3 anos a sua dívida em 28%, em relação a 2007, e a França também em 28%.
Sócrates ia fazendo melhor - agravou, nesta contextura internacional, em 36% a nossa dívida soberana, mas com um governo minoritário!
ISTO É FALAR SÉRIO!
Realmente é fundamental esclarecer os indecisos, e como dizem que não houve crise internacional, deixo aqui o link para o relatório, de mais de 600 páginas, da comissão de inquérito americana sobre a origem da crise (pena ser em Inglês) onde se pode ver a sua aterradora dimensão. http://cybercemetery.unt.... ackspacecloud.com/fcic_final_report_full.pdf
Por outro lado o acordo imposto (pois a capacidade negocial de Portugal perante os devedores é mínima ... o porquê? aínda não percebi), pela troika, é um programa de governo muito violento e terá que ser implementado, sob pena de entrarmos rapidamente em bancarrota, e disso é fundamental que não hajam dúvidas.
Agora poderá ser executado pelo PS, que fará cortes sociais mas no mínimo possível porque, por um lado, está na sua matriz ideológica, e por outro, foi ele que implantou muitos deles.
Mas se for implementado pelo PSD, partido de que o insuspeito Paulo Portas se diz socialmente mais esquerda, de tal modo radical é a sua agenda económica e social, os custos para os portugueses serão imensos (é só ler o programa deles) .
Ambos podem cumprir o acordo mas com preços sociais muito diferentes!
É isso que as pessoas no dia 5 têm que escolher.
Com isto não digo que o PS, seja uma boa opção, para mim e muitos como eu, tanto o PSD ou o CDS-PP, não esquecendo o PCP e o BE, são tudo farinha do mesmo saco, e é por isso que afirmo que devemos votar nos partidos pequenos, aqueles que não têm representação parlamentar, e que nós no dia 5 de Junho devíamos dar voz, porque seria a nossa voz, a da discordância, a da mudança.
Votem bem votem nacionalismo...
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