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sexta-feira, 20 de maio de 2011

Divagações sobre os seres humanos.

Afinal que pessoas seremos nós?!...

Estando, a pensar no que será a "velhice", daqui a mais alguns anos, confrontei-me com pensamentos que de seguida se "recordaram" de situações com que nós nos deparamos neste nosso dia a dia de indiferença com o próximo.

Parece-me que, com a evolução desta sociedade globalizante, nos fomos tornando de dia para dia  pessoas frias e calculistas e abjectas de  sentimentos, que apenas queremos e fazemos por ter o que mais nos convém e quando mais nos convém á nossa pessoa, esquecendo-nos dos outros que nos rodeiam e nem pensamos se necessitarão da nossa ajuda ou apoio, e nem pensamos de que um dia podemos vir a ser nós a estar nessa situação e que à velhice nem sabemos se lá chegamos. 

 Nestes tempos conturbados que hoje atravessamos, e tendo em conta a sociedade global em que vivemos, e muitos de nós não "gostamos", temos que ter em especial atenção os problemas que os nossos idosos estão a atravessar. Numa altura em que a conjuntura económica não é a mais favorável, é sim catastrófica e esse não é, de forma alguma, o nosso único problema que o nosso país atravessa e o seu povo, mas temos outro igualmente grave e que não pode, e não podemos de forma alguma sermos descurados são os problemas sociais da nossa “velhice”.
Por incrível que pareça quase nenhum partido se preocupa...

É certo que somos um dos países da Europa (4º lugar), em que a população é mais envelhecida e que o nosso número de jovens não é tão elevado quanto se esperava, temos mais mortalidade do que natalidade, seja os nascimentos são ínfimos. No entanto, o facto de Portugal ter uma população envelhecida não é, de todo, um mau presságio ou mau caminho que se tenha tomado. Se pensarmos friamente no decorrer das últimas décadas, a medicina tem evoluído, assim como as condições de vida da população, o que, consequentemente, são factores que remetem a um aumento da esperança média de vida, onde se verifica uma velhice com mais qualidade e dignidade,  se os nossos governantes lhes derem esse direito.

Vivemos vidas muito ocupadas e stressantes, queremos ter "carreiras", as nossas jovens e os nossos jovens casam-se uns cedo, outros mais tarde, e não querem ter logo filhos, mas a crise também ajuda muitos dos jovens casais devido á crise, ficam morando com os pais, mas não podemos esquecer-nos da grande taxa de infertilidade existente entre os nossos nacionais. temos também um governo que não dá apoios aos nossos.

Porém, dignidade e qualidade de vida na velhice é algo que ultimamente tem sido posto em causa por diversos motivos e acontecimentos que se têm tornado públicos, quer por idosos que têm sido encontrados sem vida ao fim de vários anos nas suas residências, ou pela denúncia de “lares” ilegais sem as mínimas condições de vida, que dêem dignidade e conforto nesta última fase da nossa vida.
O que leva a pensar: Afinal que gente somos nós que não somos capazes, ou pelo menos assim deixamos transparecer, de cuidar dos nossos idosos e de lhes dar uma última réstia de dignidade e carinho no restante tempo que lhes sobra de vida.

Parece-me que, com a evolução da sociedade globalizante, nos temos tornado pessoas frias e calculistas e abjectas sem sentimentos humanitários, que apenas queremos e fazemos por ter o que mais nos convém quando mais nos convém a nós, esquecendo-nos dos outros e nem pensamos se precisam de nós, muito menos que um dia poderemos ser nós a vir  estar nessa situação, e que à velhice nem sabemos se chegamos lá.
Quando somos jovens e pensamos na velhice, encaramo-la como algo que está distante e não merece muito interesse, e julgamos lá chegar tranquila e dignamente. Mas é necessário pararmos e pensar se seremos todos os que teremos uma velhice assim… Contudo, com o que tem sido exposto na comunicação social, deparamo-nos com uma realidade muito diferente daquela a que estamos habituados a ter e a conviver nos nossos “lares”,(muitas das vezes nem isso fazemos visto por os nossos idosos em lares e "esquecemo-nos" deles) tomamos conhecimento de idosos abandonados pelas suas famílias, idosos que são postos em autênticos depósitos de velhos, como se de lixo se tratasse, e será que nós nos preocupamos com eles?!...

Tudo isto remete-nos para uma outra situação que, de certa forma, vai ao encontro à actual conjuntura económica que se faz sentir no país. Com idosos a receberem pensões ridiculamente baixas que mal lhes dá para a medicação, quanto mais para pagarem alimentação, água, luz, gás... Que acaba por lhes levar os poucos euros que recebem por mês,e muitos deles são roubados pelos filhos, netos e  no final de uma vida de trabalho vêem-se abandonados não só pelas suas famílias mas também pelo país que os viu nascer, é esta a sociedade globalizante que nós queremos que nos governe?

No final, só nos resta pensar o que vai ser de nós num país que faz por esquecer os velhos e que aos jovens não instiga o sentimento de entreajuda e humildade para com aqueles que  seremos um dia também nós! Qual o motivo para que nem nas escolas se ensine o humanismo ou a caridade humana, nem a interajuda?!…
Onde chegaremos nós com esta mentalidade social globalizante?!...

Estamos a aproximar-mos  cada dia que passa do dia 5 de Junho, dia de uma mudança, á muito esperada. Por esse motivo aqui faço um apelo aos partidos nacionalistas pensem também nestes idosos que nos criaram e que criaram esta Nação, nos deram os seus ensinamentos e que estes revolucionários de pacotilha, os enterraram. Não se preocupem só com a crise económica/social/política que estamos a atravessar, pensem também nestes idosos que nos podem ainda ensinar muita coisa e nos podem ajudar a reerguer esta nobre Pátria, recordando aos mais jovens os ideais que os nossos antepassados nos deixaram, e que á muito caíram em esquecimento.
Tenham também propostas para eles, viverem um resto de vida com dignidade.
Aprendamos com os nossos "velhos".

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