É preciso criar um Gabinete europeu único para a segurança nuclear por diversas razões. A energia nuclear não é um assunto da competência exclusiva dos Estados. Um acidente teria consequências em larga escala. Além disso, as autoridades nucleares nacionais não gozam da confiança que se exige nesta matéria. É, nomeadamente, o caso da República Checa. A questão das centrais nucleares suscita paixões tais que a directora do Gabinete Checo de Segurança Nuclear se desloca pessoalmente para celebrar a sua abertura, mesmo antes de entrarem em funcionamento oficialmente. Uma autoridade nuclear, independente e imbuída de um cepticismo saudável nunca deveria ter este tipo de comportamento.
Mas há quem defenda que a instalação de uma vigilância nuclear comum parece ser igualmente lógica, quando se tem em conta a diversidade cada vez maior de pontos de vista em matéria de energia nuclear. Num contexto que favorece as políticas comuns – de segurança, financeira, de vistos, contra os monopólios, etc. – o facto de existir um sector em risco, cuja segurança é garantida pelos Estados membros, cada um com a sua perspectiva diferente e apenas controlado por funcionários nacionais, não é sustentável a longo prazo.
Enquanto só a pequena Áustria nutria uma obsessão contra a energia nuclear, isso podia ser considerado como uma particularidade local. Mas a partir do momento em que a grande Alemanha se coloca a seu lado, o medo da energia nuclear apodera-se de toda a UE.
Autoridade independente de pressões políticas
Já não poderemos ignorar o facto de que a energia nuclear é uma grande fonte de desconfiança mútua. Um controlo europeu da energia nuclear não estaria sujeito a pressões políticas. Um controlo europeu não se deixaria corromper pelas gigantescas empresas produtoras de energia.Mais a mais, esta transferência poderia ser lucrativa até para os defensores da energia nuclear. Seria muito mais difícil voltar a por em causa o selo de aprovação de uma autoridade europeia – que, de resto, poderia incluir representantes alemães -que as autorizações distribuídas no âmbito da pequena comunidade Checa da energia nuclear onde todos se conhecem.
Basta uma vista de olhos sobre os quadros do Eurostat, para constatar que é nos antigos estados comunistas e nos grandes exportadores de electricidade (a França e a Grécia) que os preços da electricidade são mais baixos. Os Checos inserem-se nas duas categorias. Dispõem de carvão a bom preço, de energia nuclear, herança dos comunistas, e exportam quase toda a produção de [central de] Temelin. No entanto, a electricidade não é barata.
Os preços pagos pela indústria estão entre os mais elevados da UE (agora a electricidade na Alemanha é mais barata). A Alemanha está a construir um dos parques energéticos mais modernos do mundo. E a ČEZ (a empresa pública Checa abastecedora de electricidade) adapta discretamente os seus preços de venda da electricidade em função dos desempenhos do seu vizinho e ainda nem sequer começou a considerar seriamente a modernização.
E nós ficamos aonde?!...
Seremos sempre a "cauda" da Europa? Porquê? Se é em Portugal que se fabrica as torres Eólicas, e as exportamos para o resto da Europa e do mundo.
"Políticos", "Governantes", decidam-se de uma vez que a Nação tem que ser desenvolvida e competitiva, a balança tem que pender para o nosso lado quanto a exportações... Temos que nos desenvolver e tornar produtivos, criem incentivos e formem novos quadros técnicos mas como deve ser, não com cursos da "treta", reabram as escolas técnico-profissionais, dêem alento aos portugueses e a Portugal.
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