Durante toda a noite eleitoral ouvi comentários por parte de inúmeros jornalistas de destaque na nossa imprensa a justificarem os resultados eleitorais com a ideia de que os portugueses apoiam a acção do FMI/UE e, como consequência, penalizaram aqueles que estão contra ela . Tal convida tacitamente a que se pense que até o povo já considera que é melhor sermos governados por “outros”, quiçá mais benevolentes e mais sapientes. Desta forma, o eleitorado já teria ignorado a acutilante ideia de Sartre quando este escreveu que o “inferno são os outros”.
Na realidade, o que observei foi algo bastante diferente. Dos 3 partidos que aceitam as condições do FMI/UE, apenas 1 deles foi ostensivamente beneficiado (o PSD). Os outros não o foram. Tanto o CDS (que não conseguiu descolar do resultado das últimas eleições) como o actualmente moribundo PS foram claramente castigados. É verdade que o Bloco de Esquerda foi castigado, mas acreditar que foi a sua posição anti FMI/UE que os levou a perder metade do seu eleitorado surge como um claro wishful thinking. Parece-me muito mais lógico acreditar que o seu discurso de irresponsabilidade económica e de castelos construídos no ar um dia teria de cansar os portugueses agora que o efeito novidade se vai desvanecendo.
Em suma, longe de razões ligadas ao FMI/UE ou até a questões de esquerda/direita, os resultados das legislativas de 2011 prendem-se com razões bem mais prosaicas: o castigar do fracasso do anterior governo para dar lugar a um novo.
Na realidade, o que observei foi algo bastante diferente. Dos 3 partidos que aceitam as condições do FMI/UE, apenas 1 deles foi ostensivamente beneficiado (o PSD). Os outros não o foram. Tanto o CDS (que não conseguiu descolar do resultado das últimas eleições) como o actualmente moribundo PS foram claramente castigados. É verdade que o Bloco de Esquerda foi castigado, mas acreditar que foi a sua posição anti FMI/UE que os levou a perder metade do seu eleitorado surge como um claro wishful thinking. Parece-me muito mais lógico acreditar que o seu discurso de irresponsabilidade económica e de castelos construídos no ar um dia teria de cansar os portugueses agora que o efeito novidade se vai desvanecendo.
Em suma, longe de razões ligadas ao FMI/UE ou até a questões de esquerda/direita, os resultados das legislativas de 2011 prendem-se com razões bem mais prosaicas: o castigar do fracasso do anterior governo para dar lugar a um novo.
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