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domingo, 4 de março de 2012

Boicote!...
 
A análise à balança de pagamentos da Alemanha e dos (mal) chamados PIGS, já muito citada por Paul Krugman e Gavyn Davies, e o dikatat imperial de Berlim sobre a Europa estão a provocar muitos tipos de reacções. Com net e redes sociais, a opinião pública pode manifestar o que lhe vai na alma, sem ficar à espera. É o que já está a acontecer. No "IE" recebemos uma mensagem, que circula na net, e apela ao boicote aos produtos alemães.  "É urgente que os cidadãos europeus exerçam o seu direito à resistência começando desde já por enviar uma mensagem  muito clara para Berlim: deixar de comprar produtos de origem alemã". E a mensagem conclui: "Talvez assim, finalmente os financeiros alemães comecem a perceber que matar os clientes não é um bom negócio. A guerra económica, como todas as guerras, não tem vencedores antecipados... E a relação de afrontamento do fraco ao forte pode ser sempre uma caixinha de surpresas. É pena que a Alemanha não tenha conseguido aprendê-lo ainda, depois das suas duas guerras mundiais.
 
Balança de pagamentos Alemanha/PT_SP_IT
    Com boicote ou não, há coisas que precisamos de saber!
 

O Cerne da Questão

O Euro foi um excelente negócio para a Alemanha e péssimo para os GIPS (Grécia, Itália, Portugal e Espanha). Como Paul Krugman  cita Gavyn Davie  É normal debater o problema do endividamento soberano concentrando-se na sustentabilidade da dívida pública nas economias periféricas. Mas pode ser mais informativo enxergá-lo como um problema no balanço de pagamentos. Tomados em conjunto, os quatro países mais problemáticos (Itália, Espanha, Portugal e Grécia) têm um deficit conjunto de $US 183 biliões na conta corrente. A maior parte deste deficit corresponde ao deficit no setor público destes países, já que o seu setor privado se encontra actualmente num estado aproximado de equilíbrio financeiro. Compensando estes deficits, a Alemanha tem um superavit de $US 182 biliões em conta corrente, equivalente a cerca de 5% do seu PIB...
Isto significa que, ao contrário do que acontece num estado federal, o estado que produz mais riqueza não a reparte significativamente pelos outros estados (fomentando a sua economia, por exemplo).
Percebe-se assim a atitude de boicote sistemático da Sra Merkel a qualquer plano que ponha cobro aos ataques especulativos e sequenciais dos mercados financeiros, pois isso exigiria que a Alemanha utilizasse uma parte do seu superavit para realizar empréstimos que apenas renderiam uma taxa de juro modesta.
Pelo contrário, se conseguir fazer aguentar a situação de impasse por mais algum  tempo, o bloqueio do crédito fará com que um grande número de empresas tenham de ser vendidas para não falirem, sendo então compradas pelos alemães,
Temos assim um ataque em tenaz tão ao gosto germânico:  mantêm-se os países desprovidos dos normais mecanismos de defesa cambial -resultante da moeda única e das regras impostas ao Banco Central Europeu - acentuando rapidamente as suas  debilidades estruturais e, simultaneamente,  dificulta-se o acesso ao crédito, levando cidadãos  empresas e estados a um beco sem saída.
Depois de espalhar o medo, substituem-se os governos desses países (Grécia, Portugal, Espanha, Itália), reduzem-se salários e regalias sociais e, finalmente, compra-se a capacidade produtiva de um país ao preço de saldo. 
Sem disparar um tiro, a Alemanha está a conseguir  alimentar os seus desígnios imperiais melhor do que conseguiu na primeira e segunda guerras. Em menos de 100 anos a Europa tem de enfrentar uma calamidade social provocada pela Alemanha.
De facto estamos a enfrentar uma situação de Guerra, em que as armas até podem ser corteses e silenciosas, mas não deixam de ser devastadoras.
Sabendo-se que 60% das exportações da Alemanha se destinam à Europa é urgente que os cidadãos europeus exerçam o seu direito à resistência começando desde já por enviar uma mensagem  muito clara para Berlim: deixar de comprar produtos de origem alemã.
Esta é uma acção fácil de levar a cabo pois o mercado oferece uma grande variedade de alternativas ; por outro lado a contracção das economias dos países europeus em dificuldades vai  amplificar muito o efeito do boicote.
Talvez que assim, finalmente, os financeiros alemães comecem a perceber que matar os clientes não é um bom negócio. 

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