PORTUGAL GLORIOSA PATRIA DOS LUSITANOS

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LUSITANOS LEVANTAI DE NOVO O ESPLENDOR DE PORTUGAL

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Integração Europa federal, alguém quer?


Numa altura em que atravessa nova crise de confiança, a Europa está dividida em dois campos opostos, tendo, de um lado, aqueles que procuram relançar o projeto federalista e, do outro, os que preferem uma fórmula de parceria mais solta, mais britânica. E está difícil de perceber qual das soluções é a melhor. 

Detenhamo-nos, por um instante, na opinião (um pouco simplificada e parafraseada) de um político veterano europeu. "A União Europeia morreu, mas viva a Europa. Não vai voltar a haver outro Tratado Europeu. O acordo 'reformador' assinado em Lisboa há três anos foi o ponto mais alto do velho sonho federal.” Temos diante de nós (prossegue ele) uma oportunidade, não uma derrota. "Ao enterrarmos o mito federal, podemos criar um projeto europeu mais contido e definido, conduzido sobretudo pelos Estados e não por Bruxelas. Podemos criar uma potência europeia muito mais forte e mais prática – uma 'puissance Europe' [potência Europa] que preserve o estilo de vida europeu dos ataques de um sombrio século XXI."
Quem assim falou? A frase “puissance Europe" dá uma pista. O político veterano europeu não é britânico, apesar de as suas ideias se assemelharem às de sucessivos governos britânicos de há mais de meio século. Trata-se de um francês: Hubert Védrine, de 63 anos, ministro dos Negócios Estrangeiros em 1997-2002 e secretário-geral da presidência europeia de François Mitterrand, de 1991 a 1995.
Védrine não expressa apenas as suas opiniões, antes aponta aquilo que considera uma nova realidade política da Europa. E um novo realismo. Mas na verdade, não é nada inteiramente novo. Os governos do continente europeu vêm-se afastando paulatinamente das intenções federais há pelo menos uma década, sem chegarem a quaisquer conclusões coerentes sobre o que deva ser o futuro da “Europa". Vejamos.

Diferentes entendimentos da Europa

A retaliação do Presidente Nicolas Sarkozy em relação às admoestações de Bruxelas a propósito da sua campanha contra os ciganos foi, em parte, apenas típica de Sarkozy. Mas o desejo – ou ânsia – do Presidente francês em atacar a Comissão reflete um novo entendimento da Europa por parte da França, que percorre o cidadão vulgar mas também a elite governativa francesa.
A chanceler Angela Merkel não cresceu no Mercado Comum, na CEE ou na UE, mas na RDA. Tem uma visão pragmática da Europa, voltada para os resultados. Ao contrário do chanceler Helmut Kohl, nunca aboliria o Deutschmark [marco alemão] para criar o euro, medida de afirmação essencialmente política (e que visava satisfazer os franceses).
Com o imponderado Silvio Berlusconi, a outrora empenhada Itália pró-federal deixou de ter uma visão coerente de Europa. Os outrora federalistas holandeses redescobriram o nacionalismo e viraram-se para a direita populista. A Bélgica permanece fiel a uma Europa federal, mas a Bélgica quase não existe. O Luxemburgo, como manifestou indelicadamente o Presidente Sarkozy, é muito pequeno. Os países da Península Ibérica raramente contribuíram para o debate europeu. Os novos países da Europa de Leste juntaram-se à UE “porque estava à mão". O importante papel da Europa como árbitro na sua atabalhoada corrida para a democracia e a prosperidade é frequentemente esquecido. Poucas vozes, nos Estados do antigo Bloco Comunista, clamam por uma Europa mais federal ou uma Bruxelas mais poderosa.
E a Grã-Bretanha? O programa do Partido Conservador na mais recente eleição falava de reduzir a UE a uma "associação dos seus Estados-membros”: por outras palavras, a um clube intergovernamental, sem tratados nem regras com força de lei. O acordo de coligação com os democratas-liberais, significativamente, não diz nada disso.

Há poucos motivos para os europeus temerem Cameron

Mesmo os recém-eurocéticos franceses e alemães – mesmo Védrine – têm vindo a falar de abordagens intergovernamentais mais flexíveis em matéria de novas políticas europeias (como sejam os negócios estrangeiros e a defesa ou projetos de investigação conjunta ou de política industrial). Não preveem (ainda) desmontar as regras coercivas do tratado que sustentam o mercado único europeu. Ou o euro. Ou o orçamento da UE. Ou a Política Agrícola Comum.
No entanto, parece que David Cameron não tem muito com que se assustar em relação à Europa de Merkel-Sarkozy-Berlusconi. E há poucos motivos para os europeus, no estado de espírito atual, temerem David Cameron. Se Védrine estiver certo, ele pode até ter uma oportunidade de dirigir a Europa para um modelo mais pragmático, intergovernamental e cooperante e menos ameaçador para a soberania do que a Grã-Bretanha pretendia desde o início. Mas Védrine está certo?
A maior parte do que funciona bem na UE (tão bem que geralmente nem damos por ela) é estatuído por tratados supranacionais: o mercado único alargado, que torna a indústria europeia atrativa para os acionistas estrangeiros; a concorrência aberta, que proporcionou tarifas aéreas europeias baratas. A maioria do que corre mal na Europa – política estrangeira europeia, antes e depois da senhora Ashton – é intergovernamental, não vinculativa nem sancionável.

Crise de fé na UE

No mês passado, passou quase despercebida a formação de um novo grupo, dentro e fora do Parlamento Europeu, que pretende lutar contra a disseminação da heresia “intergovernamental" e pela defesa da velha religião federalista europeia. O grupo foi buscar o nome a Altiero Spinelli, teórico político italiano que é considerado um dos fundadores da abordagem supranacional da Europa que norteia CEE, CE e UE.
Entre os seus membros, incluem-se o anterior presidente da comissão, Jacques Delors, o estudante rebelde franco-alemão que se tornou um eloquente político Verde, Daniel Cohn-Bendit, e o antigo primeiro-ministro belga, Guy Verhofstadt. No seu programa, declara-se: "Em tempos de interdependência e de um mundo globalizado, ficar preso a soberanias nacionais e ao intergovernamentalismo não é apenas lesivo do espírito europeu: é um apego à impotência política.”
Telefonei a Cohn-Bendit e perguntei-lhe o que achava dos argumentos de Védrine. "São um absurdo”, respondeu. "Um manifesto absurdo. Se olharmos onde estão as falhas da Europa de hoje – a regulação financeira, por exemplo, ou as alterações climáticas –, coincidem precisamente com a inépcia dos governos (reunidos no Conselho de Ministros) para chegarem a acordo entre eles sobre as coisas sérias." Cohn-Bendit admite, no entanto, que houve uma mudança radical de atitude nas capitais europeias. Apesar de arrasar Védrine, Cohn-Bendit aceita um dos seus principais argumentos: há uma crise de fé na UE.

Mecanismo dos anos 1950 deixou de funcionar

Os fundadores da UE (e, antes dela, da CEE) acreditaram que os factos europeus impostos de fora criariam um sentido de identidade política europeia. Seria assim possível obter uma democracia de âmbito europeu ("uma união cada vez mais próxima”) e um tipo de governação à escala europeia.
Agora, ao que parece, o mecanismo que foi encetado e posto em marcha nos anos 1950 deixou de funcionar. Mais poder para a UE exigiria mais democracia direta. E nunca os políticos e as burocracias nacionais estariam dispostos a ceder mais democracia direta, porque confere legitimidade e poder. Sem legitimidade, a UE permanecerá longínqua e pouco estimada. E numa tal UE, haverá pouca exigência popular de democracia direta.
Os governos dos Estados-membros mantiveram este dilema durante anos (mesmo durante os supostos Grandes Anos do avanço europeu). Com 27 Estados-membros (e a crescer) e a alteração para atitudes menos comunitárias por parte da Alemanha, França e Itália, é cada vez mais provável que o telhado de vidro que se interpõe a um futuro mais federal seja quebrado.
Védrine é deprimente, mas tem razão. Cohn-Bendit é inspirador, mas está errado. A “união cada vez mais próxima” prometida pelo Tratado de Roma, em 1957, tem mais probabilidades de se tornar, de facto, uma “união nunca mais próxima”. Mas isso não significa que devamos abolir as instituições da UE ou permitir que se desmoronem. Teríamos de enfrentar os mesmos problemas pan-europeus – comércio, imigração, ambiente –, sem uma estrutura nuclear de debate e decisão.

Será o momento de abandonar as instituições europeias?

Védrine fala de reabilitar “a nação" sem revivificar as forças destrutivas do "nacionalismo". Mas através de toda a Europa – da Itália à Bélgica, passando pela Hungria, mesmo a imperturbável Suécia e a França de Sarkozy – algumas das forças mais hediondas do "nacionalismo" estão já em marcha. Será um momento seguro para abandonar as instituições europeias?
Védrine não explica como a sua Admirável Nova Europa pode ser colada à existente, semiconstruída, mas supranacional. Apesar do que os ingleses possam dizer, o mercado livre europeu não aguentaria um só dia sem as leis e instituições da UE. Védrine não responde também à irrespondível questão de Cohn-Bendit. Os acordos intergovernamentais são, de facto, frágeis e temporários porque os governos são frágeis e temporários. Como empreenderia Védrine novas políticas de defesa, de negócios estrangeiros, industriais e de pesquisa, de modo a não serem uma série de jogos de póquer aleatórios e políticos, mudando ao sabor dos governos?
Algo semelhante ao que Védrine descreve pode vir a acontecer à UE na próxima década. A mudança pode tornar-se uma amálgama incoerente. Ou ser coerente e porfiada, transparente e democrática: uma aceitação formal de que os Estados Unidos de Europa são um sonho impossível e talvez destrutivo, mas que o cerne das instituições supranacionais de tomada de decisão da UE é tão necessário como sempre foi.
Isso significaria um novo tratado da UE. Mas Védrine diz-nos que não há estômago na UE para mais tratados… Há por aí algum político, homem ou mulher, que se chegue à frente?

Questões éticas


Laurence Olivier  encarnando o personagem de Shakespeare no cinema em 1948.
Os Estados Unidos da Europa que alguns defendem são uma quimera, incompatível com a história e a pluralidade de culturas do nosso continente, afirma o escritor romeno .
Lembram-nos várias vezes, recentemente voltaram ao assunto, a necessidade da criação dos Estados Unidos da Europa. Mas isso só será possível se os países que deles fizerem parte aceitarem “ceder uma grande parte da sua soberania”, forçados por necessidades económicas e financeiras evidentes nestes anos de crise. Portanto, um mal necessário, uma tácita de sobrevivência nesta parte do mundo confrontada com grandes problemas, desequilíbrios e provocações. Não creio que esse cenário seja realista, nem desejável, se tiver como modelo uma federação do tipo dos Estados Unidos da América. Mais ainda, não creio que nenhum dos modelos federais hoje existentes no mundo possa servir de modelo a uma Europa unida. Para que a Europa possa funcionar unida (como, de alguma maneira, já faz) precisa de outras bases, específicas do nosso Velho Continente, e não apenas as da sobrevivência económica, creio só com a ideia da pátria das nações chegaremos lá, mas para isto temos de começar de novo , das bases estRUTURANDO-A , COMEÇANDO POR DAR VOZ AO POVO E ABANDONAR A GLOBALIZAÇÃO....

O passado alimenta os nacionalismos europeus

Os Estados europeus, antes de mais, não são rectângulos desenhados de forma arbitrária sobre a superfície do terreno. São uma história milenar. Têm a sua própria língua, as suas próprias tradições, a sua própria psicologia, o seu próprio ethos, o seu próprio subconsciente colectivo composto por um conjunto de memórias, de fantasmas, de feridas ainda abertas e de frustrações acumuladas numa história comum. Este passado que escorre de cada pedra alimenta o nacionalismo subsidiário dos povos europeus, os seus complexos de superioridade e de inferioridade. Nada é simples na Europa: nem as fronteiras, nem as leis que diferem enormemente de uns Estados para os outros. Até mesmo o sistema de pesos e medidas é ainda diferente, bem como a circulação à direita ou à esquerda das ruas. Tudo isto, factos insignificantes e genéricos, constituem uma força de rejeição impossível de ignorar entre os Estados do nosso continente.
Esta consciência nacional, ganha durante o período romântico e degenerada sob a forma de nacionalismos exasperados, criadores de estereótipos e agressivas, abriu as suas pétalas envenenadas no século passado. O ideal heróico transformou-se num pesadelo de totalitarismos e de guerras mundiais. Dezenas de milhões de cidadãos da Europa foram massacrados em nome do patriotismo e do nacionalismo exacerbados. A Guerra Fria e a Cortina de Ferro entre o Oeste e o Leste do continente também contribuíram para a mutilação da consciência europeia, pelo menos do que ainda resta depois do inferno histórico precedente.
A tendência para a fragmentação baseada em princípios étnicos ainda hoje continua, da Bélgica a ex-Jugoslávia. A isto acresce, ainda, a fragmentação religiosa do continente para além das outras fronteiras como as nacionais, produzindo a famosa falha de Huntington, que também atravessa a Roménia. Que forças trapacentas podem opor-se á terrível força centrífuga do nacionalismo?

Sentimento de pertencer a uma nação

Elas existem, felizmente, e não estão ligadas prioritariamente à centralização e à uniformização legislativa de Bruxelas. Trata-se do espírito europeu. Da formidável aliança cultural e artística  do continente que, afinal de contas, gerou a nossa civilização, construída sobre os ombros de Homero, de Sócrates, de Dante, de Leonardo da Vinci, de Shakespeare, de Newton, de Vermeer, de Goethe, de Kant, de Beethoven, de Proust, de Einstein, os primeiros que me vêm aos espírito entre os grandes que outrora pensaram e criaram. A Europa é antes e sobretudo um conceito cultural, um estado de espírito, o sentimento de pertencer a uma civilização. É o continente dos museus, das salas de concertos, das catedrais. É o espírito intelectual dubitativo, lento e profundo, encarnado por um Hamlet pensativo (arquétipo do europeu), em oposição ao homem de acção. É a Grécia do presente que toma a América por Roma. Não há nenhum motivo para que Atenas se queira tornar uma Roma.
A Europa unida nunca será unida no sentido da federação de Estados americana. A sua possibilidade é a busca e a descoberta de um ponto de equilíbrio entre o nacionalismo dos Estados que colaborarem e o espírito europeu, do pensamento livre e da criatividade. Mas se o espírito europeu vem carregado  de uma burocracia excessivamente centralizada e de uma padronização que não tem em conta as condições locais, como actualmente acontece, haverá poucas possibilidades de união. Poucos governos estarão inclinados a ceder ainda mais soberania dos Estados que representam a um monólito que parece disposto a um tipo de socialismo económico ultra-planificado.
Porque na Europa não cedemos apenas a nossa soberania, mas também a história viva, profundamente enraizada no passado. Para renunciar a esta última é preciso haver esperança em qualquer outra coisa muito melhor.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Governo aumenta endividamento para 12 mil milhões de euros para apoio à banca

(Lusa) divulga - O Governo já pode aumentar o limite de endividamento para 12 mil milhões de euros "para fazer face às necessidades de financia...
Governo aumenta endividamento para 12 mil milhões de euros para apoio à banca
Governo aumenta endividamento para 12 mil milhões de euros para apoio à banca.

- O Governo já pode aumentar o limite de endividamento para 12 mil milhões de euros "para fazer face às necessidades de financiamento" e assegurar e solvabilidade da banca, segundo o diploma hoje publicado em Diário da República.
A lei 48/2011, que torna oficial as alterações ao Orçamento de Estado para 2011 aprovadas em finais de julho, autoriza o Governo a alargar o teto de endividamento de 9 para 12 mil milhões de euros com vista ao "reforço da estabilidade financeira e disponibilização de liquidez nos mercados financeiros".
A lei aumenta também o montante máximo das garantias pessoais do Estado ao setor, que passa de 20 para 35 mil milhões de euros.
O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, já tinha justificado que esta alteração serve apenas para acomodar o valor do empréstimo internacional destinado à banca no limite global de endividamento do Estado e que não tem subjacente qualquer estimativa de necessidades de financiamento da banca.
Garantiu ainda que o facto de os instrumentos para garantir a estabilidade financeira estarem em pleno funcionamento não significa que se tratem de "transferências para os bancos e para o sistema financeiro", mas servem antes para proteger os clientes.
O aumento das garantias pessoais do Estado para 35 mil milhões de euros e do mecanismo de apoio à solvabilidade bancária até um máximo de 12 mil milhões de euros estavam estipulados no memorando assinado com o Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia.
PCP e Bloco de Esquerda foram muito críticos durante a discussão parlamentar deste orçamento retificativo, colocando em causa o destino destes fundos e destas garantias e lembrando declarações dos banqueiros que diziam não precisar do dinheiro.
Mas ninguém faz nada?!...
Ainda não ouvimos os nacionalistas, que se passa connosco?!... Não devemos comentar estas decisões?!...
Mas temos o governo que escolhemos e permitimos, não nos podemos queixar, a desunião conduz a isto.
Todos querem pelouro(tacho), nem que seja em pequenos partidos...
Assim vai o nosso país e os nossos políticos, e nós continuamos a agachar-nos.

PARA QUE O TEMPO NÃO APAGUE DA MEMÓRIA:

Apreciem e vejam o cinismo e a pouca vergonha desta líder ex-comunista e agora líder da democracia cristã alemã e sua primeira-ministra...
 

 

 
Alemanha "rainha das dívidas"

Description: Description: Historiador considera Alemanha rainha das dívidas
A chanceler alemã, Angela Merkel Michael Kappeler
O historiador Albrecht Ritschl evoca hoje em entrevista ao site de Der Spiegel vários momentos na História do século XX em que a Alemanha equilibrou as suas contas à custa de generosas injecções de capital norte-americano ou do cancelamento de dívidas astronómicas, suportadas por grandes e pequenos países credores.
Ritschl começa por lembrar que a República de Weimar viveu entre 1924 e 1929 a pagar com empréstimos norte-americanos as reparações de guerra a que ficara condenada pelo Tratado de Versalhes, após a derrota sofrida na Primeira Grande Guerra. Como a crise de 1931, decorrente do crash bolsista de 1929, impediu o pagamento desses empréstimos, foram os EUA a arcar com os custos das reparações.

A Guerra Fria cancela a dívida alemã
Depois da Segunda Guerra Mundial, os EUA anteciparam-se e impediram que fossem exigidas à Alemanha reparações de guerra tão avultadas como o foram em Versalhes. Quase tudo ficou adiado até ao dia de uma eventual reunificação alemã. E, lembra Ritschl, isso significou que os trabalhadores escravizados pelo nazismo não foram compensados e que a maioria dos países europeus se viu obrigada a renunciar às indemnizações que lhe correspondiam devido à ocupação alemã.

No caso da Grécia, essa renúncia foi imposta por uma sangrenta guerra civil, ganha pelas forças pró-ocidentais já no contexto da Guerra Fria. Por muito que a Alemanha de Konrad Adenauer e Ludwig Ehrard tivesse recusado pagar indemnizações à Grécia, teria sempre à perna a reivindicação desse pagamento se não fosse por a esquerda grega ficar silenciada na sequência da guerra civil.

À pergunta do entrevistador, pressupondo a importância da primeira ajuda à Grécia, no valor de 110 mil milhões de euros, e da segunda, em valor semelhante, contrapõe Ritschl a perspectiva histórica: essas somas são peanuts ao lado do incumprimento alemão dos anos 30, apenas comparável aos custos que teve para os EUA a crise do subprime em 2008. A gravidade da crise grega, acrescenta o especialista em História económica, não reside tanto no volume da ajuda requerida pelo pequeno país, como no risco de contágio a outros países europeus.

Tiram-nos tudo - "até a camisa"
Ritschl lembra também que em 1953 os próprios EUA cancelaram uma parte substancial da dívida alemã - um haircut, segundo a moderna expressão, que reduziu a abundante cabeleira "afro" da potência devedora a uma reluzente careca. E o resultado paradoxal foi exonerar a Alemanha dos custos da guerra que tinha causado, e deixá-los aos países vítimas da ocupação.

E, finalmente, também em 1990 a Alemanha passou um calote aos seus credores, quando o chanceler Helmut Kohl decidiu ignorar o tal acordo que remetia para o dia da reunificação alemã os pagamentos devidos pela guerra. É que isso era fácil de prometer enquanto a reunificação parecia música de um futuro distante, mas difícil de cumprir quando chegasse o dia. E tinha chegado.

Ritschl conclui aconselhando os bancos alemães credores da Grécia a moderarem a sua sofreguidão cobradora, não só porque a Alemanha vive de exportações e uma crise contagiosa a arrastaria igualmente para a ruína, mas também porque o calote da Segunda Guerra Mundial, afirma, vive na memória colectiva do povo grego. Uma atitude de cobrança implacável das dívidas actuais não deixaria, segundo o historiador, de reanimar em retaliação as velhas reivindicações congeladas, da Grécia e doutros países e, nesse caso, "despojar-nos-não de tudo, até da camisa".

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Nacionalismo

O sentimento nacionalista tem suas raízes na Revolução Francesa. A burguesia volta-se contra a nobreza e o clero e proclama que o poder não emana de Deus nem do soberano, mas do povo e da nação. A lealdade ao rei é substituída pela lealdade à pátria. No final do século XVIII e no decorrer do XIX, a ascensão do sentimento nacionalista coincide com a Revolução Industrial, que promove o desenvolvimento da economia nacional, o crescimento da classe média, a exigência popular de um governo representativo e o desejo imperialista.

Nacionalismo liberal – No início do século XIX, o nacionalismo firma-se como uma ideologia política que traduz as aspirações do liberalismo. Torna-se uma forma de protesto contra os Estados monárquicos, aristocráticos e religiosos e de afirmação da identidade nas regiões submetidas ao domínio estrangeiro, como na Itália dominada pela Áustria e na Irlanda subjugada pelo Reino Unido. Após a derrota de Napoleão, as potências vencedoras posicionam-se contra as pretensões nacionalistas, que, associadas ao liberalismo, significam uma ameaça à restauração monárquica. No contexto das Revoluções Liberais, no século XIX, o princípio da nacionalidade é um dos factores decisivos para a mobilização da burguesia, que, em alguns países, é apoiada pelo proletariado industrial. Na Itália e na Alemanha, o sentimento nacionalista é um elemento fundamental para as unificações.

Nacionalismo autoritário – A unificação alemã em 1871, liderada pelo antiliberal e pró-monárquico Otto von Bismarck (1815-1898), marca o início da fase na qual o nacionalismo é firmado no interior do Estado. Ideologia segundo a qual o indivíduo deve lealdade e devoção ao Estado nacional – compreendido como um conjunto de pessoas unidas num mesmo território por tradições, língua, cultura, religião ou interesses comuns, que constitui uma individualidade política com direito de se auto-determinar. O nacionalismo assume inúmeras formas e pode-se originar com base em diversas necessidades: de uma comunidade étnica, religiosa ou cultural, sob dominação, tornar-se independente; de um grupo ou comunidade impor sua nacionalidade e se transformar em soberano no Estado; ou de o próprio Estado-Nação impor seus ideais aos cidadãos como forma de sobreviver como unidade.



Nacionalismo autoritário – A unificação alemã em 1871, liderada pelo antiliberal e pró-monárquico Otto von Bismarck (1815-1898), marca o início da fase na qual o nacionalismo é firmado no interior do Estado. Esse nacionalismo assenta na Ideologia segundo a qual o indivíduo deve lealdade e devoção ao Estado nacional – compreendido como um conjunto de pessoas unidas num mesmo território por tradições, língua, cultura, religião ou interesses comuns, que constitui uma individualidade política com direito de se auto-determinar.
O nacionalismo assume inúmeras formas e pode-se originar com base em diversas necessidades: de uma comunidade étnica, religiosa ou cultural, sob dominação, tornar-se independente; de um grupo ou comunidade impor sua nacionalidade e se transformar em soberano no Estado; ou de o próprio Estado-Nação impor seus ideais aos cidadãos como forma de sobreviver como unidade, é também caracterizado como imperialista, conservador e autoritário, generaliza-se em todo o continente europeu. Com o crescente interesse das nações europeias em alcançar a hegemonia na Europa e se defender, os Estados nacionais exigem a lealdade exclusiva dos cidadãos e incentivam o ódio e a hostilidade para com outras nações. Nessa fase, o Império Turco-Otomano, alvo das potências europeias, sofre constantes desmembramentos, que dão origem a novos Estados, como Roménia e Bulgária. As actividades nacionalistas dos sérvios na Bósnia-Herzegovina e a decisão da Áustria-Hungria de combatê-las, somadas ao crescente nacionalismo autoritário no resto da Europa, deflagram a I Guerra Mundial. O conflito leva à desagregação dos Impérios Austro-húngaro, Alemão e Russo e à formação de Checoslováquia, Polónia, Jugoslávia, Hungria, Estónia, Letónia e Lituânia. O nacionalismo autoritário chega ao ápice no entre guerras e passa a ser um componente básico do fascismo, do nazismo e do Estalinismo. Após a II Guerra Mundial, com a ruína dos Estados europeus e o nascimento dos sistemas de hegemonia mundial dos EUA e da URSS, o nacionalismo desaparece em muitas nações europeias. Estas, para se reerguerem, deixam suas barreiras proteccionistas e partem para a interdependência em uniões como o Mercado Comum Europeu – o primeiro esboço da formação de organizações políticas de dimensões continentais e multinacionais. Conflitos contemporâneos – Depois de 1945, o nacionalismo cresce na África e na Ásia como reacção ao colonialismo. Na África, porém, o nacionalismo nem sempre é um elemento importante no processo de descolonização. Isso acontece porque, na maioria dos casos, o estabelecimento das fronteiras imposto pelos colonizadores não seguiu os critérios linguísticos e culturais de cada povo. A eclosão da Guerra do Biafra e das lutas actuais na República Democrática do Congo, na Somália, em Ruanda e em Burundi, expressa antigos conflitos tribais. O nacionalismo também encontra ressonância no populismo da América Latina, em especial no governo de Juan Domingo Perón, na Argentina; nos de Getúlio Vargas e João Goulart, no Brasil; e no de Lázaro Cárdenas, no México (1934-1940). Com o fim da Guerra Fria e o desmantelamento da URSS, projectos de autonomia nacional são despertados em diversas partes do mundo, como a recusa das repúblicas bálticas (Estónia, Letónia e Lituânia) em se integrar à Comunidade dos Estados Independentes (CEI) e as lutas separatistas no Timor Leste, no País Basco, na Irlanda do Norte e no Tibete, entre outros. Além disso, como forma de reafirmar distinções em Estados cada vez mais multiétnicos, explodem movimentos nacionalistas dentro de vários Estados e movimentos de grupos de identidade, como o da comunidade negra. Em muitos países ressurge o nacionalismo autoritário: é o nacionalismo na Áustria, na França e na Itália e o movimento dos skinheads na Inglaterra, na Alemanha e no Brasil.
Este nacionalismo, é apodado pelos "esquerdas/liberais" como imperialista, conservador e autoritário, mas está a generalizar-se em todo o continente europeu. Com o crescente interesse das nações europeias em alcançar a hegemonia na Europa e de tornarem novamente "independentes" da União europeia e do imperialismo dos Estados Unidos...

Mas este nacionalismo tem novas nuances, tornou-se anti-globalizante, defende a união da Europa mas no sentido de uma  União das Pátrias, e defende a cultura e a língua de cada povo, e quem decide será sempre no final o povo na companhia dos seus governantes, tornou-se num nacionalismo libertário,  reconhecendo o direitos dos povos a unirem-se se assim o entenderem, o destino pertence ao povo... Assim devia ser sempre.
É por isto que as nações e os seus povos devem caminhar no sentido do nacionalismo anti-globalizante e libertário, porque só assim nos tornaremos donos do nosso destino e acabaremos com esta classe política corrupta que nos estrangula e destrói as nossas nações e vive á nossa conta e destrói as nossas identidades.

O Nacionalismo é o destino natural e o que nos salvará.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O nacionalismo ainda se mostra presente no interior de várias nações do mundo.

Quando trabalhamos com o nacionalismo, sempre temos que voltar a uma primeira definição, capaz de deduzir o que vem a ser a nação. Em um primeiro momento, entendemos “nação” como um conjunto de experiências históricas, comportamentos, crenças e outros hábitos que definem a identidade de um povo. Contudo, ao pensarmos sobre a nação, vemos que a construção de uma identidade única é sempre problemática e inacabada.
Apesar deste problema conceitual, vemos que o nacionalismo se desenvolveu em determinadas culturas, não só postulando a partilha de uma identidade colectiva, mas também fomentando certas verdades e comportamentos em relação aos povos que não pertenciam à mesma nação. De certo modo, ao enxergar os seus próprios limites, o nacionalismo se volta para o âmbito das diferenças para hierarquizar os povos e construir uma visão positiva de seu povo.
Percebido com mais clareza no século XIX, o sentimento nacionalista pode ser visto como um dos mais significativos desdobramentos gerados pela Revolução Francesa de 1789. Ao lutarem contra as imposições do absolutismo, os franceses empreenderam a formulação de um amplo discurso, em que a vontade do povo e da nação se confundia com o desejo de suspender qualquer hábito ou lei que estabelecesse o privilégio de um grupo em detrimento da maioria.
Mesmo apresentando visíveis problemas, principalmente no que tangia ao conflito de interesses entre a burguesia e as camadas populares, o sentimento nacionalista se fortaleceu como instrumento de mobilização nos movimentos antimonárquicos que se desenvolveram na Europa do século XIX. Nesse mesmo período, a onda nacionalista também ganhava fôlego com o imperialismo, que se assentava na ideia de superioridade de uma nação como justificativa de seu domínio em outras regiões do mundo.
Do ponto de vista histórico, o nacionalismo também veio a fomentar as rivalidades que forneceriam sentido à ocorrência da Primeira Guerra Mundial. Afinal de contas, as rivalidades imperialistas estavam sempre próximas a um discurso em que o interesse de uma nação deveria estar acima das “injuriosas” ameaças de outras nações inimigas. Com isso, as noções de superioridade e rivalidade se mostraram como “centrais” na organização do ideário nacionalista.
Prosseguindo pelo século XX, o nacionalismo alcançou sua expressão mais radical com o surgimento dos movimentos totalitários na Europa. Mais do que simplesmente defensores da nação, esse movimentos tomaram para si a ideia de que as liberdades individuais deveriam ser suprimidas em favor de um líder máximo, capaz de traduzir e executar os anseios de toda uma colectividade. Observado o horror e o fracasso da Segunda Guerra Mundial, podemos ver o trágico resultado desse tipo de expressão extrema( se tivessem ganho a guerra, teriam razão mas como a perderam foram só os lideres os "maus da fita", o povo nunca os apoiou, eles como totalitários levaram o seu povo para a sua aniquilação e destruição de todos os valores, se tivessem vencido seriam bons...).
Ainda hoje, apesar da globalização e o encurtamento das distâncias entre os povos, o nacionalismo aparece ainda na expressão de alguns pequenos grupos que rejeitam o ideal de integração contemporâneo. Em alguns países, os chamados neonazistas, também aparecem alimentados por um nacionalismo que repudia a chegada de imigrantes que saem de sua terra natal em busca de oportunidades e melhores condições de vida. Sem dúvida, a questão nacionalista ainda se movimenta no tempo presente.

Nação/ Nacionalismo

– Nação e nacionalismo correspondem a realidades que têm forte impacto sobre a política e se encontram vinculadas ao fato mais concreto da realidade quotidiana de todos os indivíduos, que é o Estado. Na periferia, o nacionalismo tem natureza radicalmente distinta dos movimentos nacionalistas que se desenvolveram na Europa, os quais tiveram sua reputação manchada pelos extremismos ...
O mundo real do século XXI é um mundo em que proliferam os conflitos e as divergências dentro e entre os Estados, e em que a elaboração permanente de normas e a actividade política incessante são realidades inescapáveis. As tentativas dos Estados no centro do sistema mundial de impor políticas económicas e sociais, as crescentes assimetrias de riqueza e de poder, e a tentativa dos Estados do centro de impor à periferia, pela violência ou pela pressão económica, mudanças de regime político e econômico fazem ressurgir com mais força os movimentos anti-globalização e os nacionalismos.
O povo vai descobrindo e reconhecendo neste movimento nacionalista anti-globalização o factor identitário da sua cultura, língua... e da sua libertação do jugo do capitalismo judaico jacobino, e do jugo das super-potências e quer ter o direito de decidir o seu destino, e é por isto que o movimento nacionalista tem que se unir para poder ter vozes que o representem.

sábado, 20 de agosto de 2011

CRISE DE IDENTIDADE EM PORTUGAL

Andando pelas ruas dum tradicional lugar de veraneio, vejo jovens portugueses envergando t-shirts com figuras de indivíduos que nada têm a ver com a cultura portuguesa, europeia, ou, sequer, ocidental. Daria vontade de rir, pelo paradoxo e ridículo, caso não fosse um triste sinal da ignorância e da falta de referências de toda uma juventude. Dupla ignorância, pois nem lhes passa pela cabeça quem são os vultos que transportam ao peito, e porque, também por desconhecimento, não conseguem encontrar, na nossa riquíssima e apaixonante História, personagens para ostentar orgulhosamente junto ao coração. Sendo certo e sabido que um Povo que não tem memória não tem futuro, esta falta de referências — iconográficas e conceptuais —, por parte dos nossos mais novos, conduzirá, a curto prazo, à total e completa falta de identidade de Portugal. Resta-me pensar que esta situação se deve a uma nova forma de crise de crescimento; dos jovens, que não do País, porquanto os 900 anos de Portugal lhe conferem antes a elevação da sabedoria e não a insegurança da adolescência. Assim, quero crer que, se alguém tiver a iniciativa de produzir t-shirts com as imagens de D. Afonso Henriques, Nuno Álvares, Camões, Pessoa — e tantos outros santos, sábios e heróis —, haverá ainda portugueses prontos a vestir a camisola. Façam-nas e veremos se esta juventude perdida, não sei por onde andam os seus valores, irão vestir essas camisolas com os nossos símbolos.
Creio que muitos as vestirão, mas muitos mais não as usarão, porque nada lhes diz, estamos perdendo os valores desta nação e estamos tornando-nos "globalizantes".
temos o dever de mudar este rumo e traze-los de volta ao nosso "seio".


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Nacionalismo para Portugal!

Nacionalismo para Portugal!

Portugal está desbaratado, o país encontra-se pelas ruas da amargura, a pobreza e a miséria alastram impiedosamente; a criminalidade, a violência e o desemprego aumentam; a inflação não pára; o analfabetismo não acaba e, no meio deste horrível cenário, os portugueses continuam, sistematicamente, a votar e a apoiar uma democracia e partidos, quer de esquerda quer de direita, que nunca defenderam e valorizaram a Nação Portuguesa. Já ninguém faz nada em Portugal, os nossos políticos limitam-se a entrar num jogo de lóbis e influências, em vez de defenderem os portugueses. A democracia em Portugal tornou-se uma palhaçada, um autêntico circo. E nós próprios nos tornámos uns palhaços. As nossas instituições democráticas demonstram-se ineficazes para resolverem os problemas nacionais. A nossa economia está arruinada, importamos cada vez mais, endividamo-nos e a indústria nacional estagna.
O Estado deve assentar na defesa dos portugueses e na primazia do interesse nacional. Contudo, hoje em dia, em Portugal, os interesses dos portugueses não são atendidos e deparamo-nos com a destruição da nobre Nação Portuguesa e da sua Alma Pátria. Cada dia que passa, Portugal torna-se menos português. Em cada momento, perdemos a nossa identidade e a nossa dimensão cultural. A Europa, por sua vez, cada vez mais, é uma colónia americana.
É preciso fazer frente a este sistema global que destrói a identidade europeia e a identidade de todos os povos europeus. O mundo, dizem os filósofos, é condicionado pela acção humana. É a própria acção humana que potencializa a realidade humana. A vontade de poder, dizia Nietzsche, é a legisladora universal. Só é possível mudar Portugal com um movimento unido, patriótico e nacional. Porque se não forem os portugueses a mudarem Portugal, quem o fará? Mudar Portugal!
Portugal perdeu, acima de tudo, o amor dos portugueses. Bons tempos em que os portugueses morriam por Portugal, porque o orgulho, a honra, a justiça e o dever estavam acima do indivíduo. Homogeneamente, nem honra, nem justiça, nem orgulho, nem dever. O amor, dizem os poetas, é o fundamento da vida humana. É o amor que nos leva a agir para além de nós próprios. Neste quadro pessimista, só com amor conseguiremos mudar e renovar Portugal. De um amor infinito a Portugal, ressurgirá um Portugal melhor e mais português. Mudar Portugal com amor!
Portugal vive hoje a sua hora mais triste, o seu momento mais angustioso. Esta angústia advém da perda da nossa identidade. Esta tristeza infinita provém da perda de união entre o povo português. E procuramos, em vão, alguma alegria no futebol aos Domingos no café. Em vão, tentamos esquecer a nossa dor e a nossa vil tristeza. Vivemos ainda demasiado do passado: dormimos ainda sobre o túmulo do falecido rei D. Sebastião e do Prof. António Oliveira Salazar, e  relemos infinitamente as velhas estrofes de Os Lusíadas e abraçamos os poemas nacionalistas da Mensagem de Pessoa.
É preciso para Portugal uma nova força, uma nova energia, um novo movimento, capaz de abalar o tédio, a monotonia, o cansaço, o desânimo e a descrença dos portugueses. É preciso uma nova luz, um novo ideal, é preciso a chama nacionalista! Num país em que os políticos vendem Portugal ao estrangeiro, em que os políticos não representam as cores da bandeira nacional, é necessário um novo líder. Um líder que esteja acima da guerra parlamentar a que assistimos todos os dias, que esteja acima das lutas partidárias, que enfraquecem e aniquilam o sistema democrático vigente.
Combate-se a guerra, com a paz. Combate-se o fogo com a água. A perda de identidade europeia, a perda da soberania nacional e a desnacionalização de Portugal combate-se com o nacionalismo. Possa o nacionalismo renovador transformar Portugal num país civilizado, evoluído, mas que não perca a sua raiz histórica, nem as origens da sua Raça! Pretendemos um Portugal moderno e evoluído, mas com consciência histórica e racial. Só os portugueses podem construir esse Portugal de maresia. Os portugueses nascem com esse direito, e devem morrer com esse dever.
Hoje, mais do que nunca, é preciso a chama nacionalista em Portugal!
Temos de reavivar a chama que os nossos antepassados nos deixaram.
Temos de voltar aos antigos valores morais e éticos, que nos foram deixados pelos nossos ilustres "avós".
Somos os detentores da chama desta nobre raça, e por isso temos um dever sagrado para com esta Nação e o seu povo.

Portugal sempre.
Dever, honra e Serviço.

O Infante


Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,

E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.

Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!



Um dos mais belos poemas da nossa nacionalidade...

O Nacionalismo é Válido?

O Nacionalismo é um princípio que defende a unidade do Estado Nacional, onde seus discursos clamam pelo amor à pátria, a defesa dos símbolos nacionais, a tudo que pertencer à nação.

Nacionalismo é o sentimento de íntima vinculação de um grupo humano ao núcleo nacional da colectividade a que pertence. É o princípio político que fundamenta a coesão dos Estados modernos e que legitima sua reivindicação de autoridade. Traduzido para a política mundial, o conceito de nacionalismo implica a identificação do Estado ou nação com o povo -- ou, no mínimo, a necessidade de determinar as fronteiras do Estado segundo princípios étnicos. Numa primeira etapa, o nacionalismo aspira a criar ou consolidar a independência política. Em seguida, busca a afirmação da dignidade nacional no campo internacional, para por último transformar-se em impulso que pode levar a nação a procurar ampliar seu domínio pela força.¹

O primeiro conceito de nação remetia a “colectividade de pessoas que têm a mesma origem étnica e, em geral, falam a mesma língua e possuem uma tradição comum". Um novo sentido sobre nação viria a surgir após a revolução francesa onde nessa época começaram a surgir movimentos nacionalistas pretendendo a autonomia do Estado, da nação. Esse movimento teve importância nos ideais burgueses para se conseguir apoio popular na luta contra o feudalismo. Surgiria então o conceito liberal de nação; a formação dos Estados-Nações e o desenvolvimento do capitalismo. Esse novo conceito determinava a nação vinculada ao território, já que o Estado agora tinha definições territoriais, almejando a soberania do povo. Mas em qual Estado Nacional o povo é soberano?

Comemoramos o dia da independência. Mas qual independência se ainda estamos subjugados, não só pelo imperialismo estadunidense, mas também, pelos nossos governantes e pela elite econômica do país? Isso nos faz perceber que a unidade que buscam os movimentos nacionalistas não existe e nunca existirá, pois dois fatores estão implicados nessa inviabilidade de união que são ignorados. As identidades étnicas e culturais e a luta de classes.

Esses dois factores são extremamente importantes para entendermos a sociedade complexa na qual vivemos e quais rumos tomar para que o povo alcance a sua soberania. O primeiro factor é muito claro no nosso país, pois possuímos uma diversidade cultural e étnica muito grande( culpa destes governos, que nos teem subjugado". O segundo factor, a estratificação da nossa sociedade em classes e, que engloba o primeiro, acompanha o ser humano desde o princípio de sua história e a sua existência é determinante para que a soberania dos povos esteja ameaçada.

Nós não nascemos com as identidades nacionais, elas “são formadas e transformadas no interior da representação”. Porém, tal sentimento de identidade nacional torna-se contraditório devido à esses factores, pois, tal unidade inexiste. E jamais poderá existir enquanto não se tiver a consciência de que pessoas exploram o trabalho de uma maioria da mesma nação ou de povos de outras nacionalidades. Como pode existir soberania do povo se o Estado que serviria para garantir os seus direitos está nas mãos de uma elite? Garantir a autodeterminação estaria implicado em termos a independência sobre outras nações ou também sobre aqueles que lucram com o trabalho do povo? A estrutura do actual sistema não permite que se tenha essa soberania e os movimentos nacionalistas que dizem almejar tal liberdade, ou são incapazes de entender a realidade, ou não teem a unidade de se afirmarem no que defendem perante o povo desta nação, e enquanto isto continuar a existir nada são e ou apenas existem para manter a alienação da sociedade.

Os Estados Nacionais são como empresas que existem para competir no mercado mundial uns com os outros. Os EUA se desenvolveram fortalecendo esse Estado e hoje controlam a economia mundial, mas para tal desenvolvimento foi preciso esmagar a economia de países que haviam acabado de sair da condição de colónias, como no caso dos países latinos, para garantir uma estrutura ao seu povo, na Europa quase que foi a mesma coisa. O bem-estar de uma sociedade tem um custo elevado e até países como Suíça, Holanda, Suécia, entre outros, necessitam que suas empresas se expandam pelo mundo em busca de mão de obra barata para poderem continuar suportando o bem-estar de sua sociedade.

Com a actual estrutura do nosso sistema, não seria diferente com Portugal.
Com o avanço do imperialismo dos EUA, esse nacionalismo se redescobre na Europa e na América Latina, mantendo o mesmo discurso, mas que nas vias concretas cometem os mesmos erros. Enquanto houver a supervalorização de uma nação sobre a outra, de uma classe sobre a outra, a soberania popular será utopia.

Os povos devem lutar pela sua autodeterminação, mas somente a conseguirão quando as lutas de classes forem eliminadas. Temos que redescobrir o conceito de nação, pois nesse conceito deve estar embutido que a finalidade de uma nação é objectivo comum que seus integrantes possuem, no entanto, trabalhadores e patrões não poderiam pertencer à mesma nação se possuem objectivos tão distintos. O segundo almeja o lucro e para isso explora o primeiro, portanto, não há soberania alguma. Do que adianta a independência económica se o povo ainda é dependente da elite da economia nacional? Quando o nacionalismo é válido? É válido quando a independência económica seja não da elite, mas de todo o povo e que esse não subjugue as outras nações e contribua para que essas também alcancem a sua liberdade.

Só assim temos o verdadeiro nacionalismo, que tantos de nós almejamos, um nacionalismo onde o povo diz aos seus líderes o que anseia e decide com os seus dirigentes eleitos o seu destino, isto é o nacionalismo e a identidade de uma verdadeira nação nacionalista

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Quem são as “bestas selvagens” inglesas?‏

“Indignados” não são. Nenhum discurso articula o protesto, não existe uma lista mínima de demandas como ocorreu com as manifestações dos estudantes ingleses contra a triplicação do valor das matrículas universitárias no ano passado. Os distúrbios em Londres e outras cidades inglesas se parecem mais com os de Paris em 2005, ou os de Los Angeles em 1992.
O primeiro ministro David Cameron e a poderosa imprensa conservadora não querem entrar em complexas reflexões sociológicas. “O que ocorreu é extremamente simples. Trata-se de pura delinquência”, disse Cameron no debate parlamentar convocado em carácter de emergência. O autor de vários livros de história militar, entre eles A batalha das Malvinas, Max Hastings, foi mais longe: “São bestas selvagens”.
Comportam-se como tais. Não têm a disciplina que se necessita para ter um emprego, nem a consciência moral para distinguir entre o bem e o mal”, escreveu no Daily Mail.
Com mais 2,3 mil prisões e mais de 1,2 mil processados por roubo ou violência, o desfile pelas cortes não permitiu ver nenhuma “besta selvagem”. Ao invés disso, o perfil dos acusados surpreendeu os britânicos que tiveram que enterrar a primeira caracterização simplista – negros, afro-caribenhos, pobres e excluídos – para começar a entender um fenómeno complexo. Designers gráficos, estudantes universitários, professores, adolescentes, púberes, desempregados, marginais, um aspirante a entrar no exército, uma modelo: a variedade era de um tamanho suficiente para desafiar qualquer estereótipo. Cerca de 80% dos que desfilaram pelos tribunais têm menos de 25 anos. A metade dos processados são menores de 18: muito poucos superam os 30 anos.
O apelido de “besta selvagem” tem uma arrogância de classe que não deveria ocultar seu principal objectivo: despojar os distúrbios de qualquer significado. A milhões de anos luz desta perspectiva, Martins Luther King dizia que “os distúrbios são a linguagem dos que não têm voz”. Na Inglaterra, o problema é que esta linguagem foi, em vários momentos, um balbucio ininteligível.
Macbeth na encruzilhada
O conflito começou com os protestos pela morte de Mark Duggan, no bairro de Tottenham, baleado pela polícia que, aparentemente, foi rápida demais no gatilho. Em um primeiro momento era um protesto político local marcado pela tensão étnica em um bairro pobre: o primeiro objecto de ataque foram dois carros de patrulha da polícia queimados pelos manifestantes. Este pontapé inicial converteu-se rapidamente em quatro noites de saques de grandes lojas, roubo indiscriminado de comércios de bairro e indivíduos e confrontamentos com a polícia em bairros pobres de Londres e da maioria das grandes cidades da Inglaterra.
Mas além de expressar uma exuberância dionisíaca, destrutiva e raivosa, que sentido pode ter o incêndio de uma pequena loja familiar de móveis no sul de Londres que havia sobrevivido a duas guerras mundiais? Como explicar que dois tipos com aspecto de hooligans simularam ajudar um jovem ferido para roubar-lhe o que ainda não tinham lhe roubado, como ocorreu com o estudante malaio Ashrag Haziq? Os distúrbios foram então “um relato contado por um idiota cheio de som e fúria que não significa nada”, como na famosa definição que Shakespeare faz da vida em Macbeth?
Nos distúrbios houve de tudo. A presença de bandos de jovens e o roubo meramente oportunista estiveram tão na ordem do dia como o uso de torpedos via celular para coordenar os ataques em lojas e bairros. Em uma sociedade onde o dinheiro se converteu em valor absoluto, a identidade parece definir-se, para muita gente, pela posse de tênis de marca ou do modelo de celular mais recente, ao qual essas pessoas não tem acesso porque vivem mergulhados na pobreza. Se a oportunidade aparece, por que não? Isso é o que fazem os banqueiros, os políticos, as grandes fortunas.
O actual ministro da Educação, Michael Gove, disparou indignado contra “uma cultura da cobiça, da gratificação instantânea, do hedonismo e da violência amoral”. O mesmo Gove gastou em 2006, 10 mil dólares para sua casa e passou a conta para a Câmara dos Comuns como parte de sua “dieta” parlamentar. Entre os objectos adquiridos, havia uma mesa que custou mais de 1.000 dólares, um móvel Manchu por 700 dólares e um abajur de 250 dólares.
Pobreza e gangues
Um dos casos que contribuíram para romper o estereótipo foi o de Alexis Bailey, um professor de escola primária de 31 anos, muito respeitado em seu trabalho, preso em uma loja da Hi-fi em Croydon, sul de Londres. Bailey ganha 1.000 libras em mês (cerca de 1.600 dólares) e paga de aluguer mais da metade disso: 550 libras (uns 900 dólares). No caso de Bailey, como no de Trisha, graduada em Psicologia Infantil que acaba de perder seu trabalho, percebe-se o núcleo de uma narrativa distinta da “mera delinquência” de “bestas selvagens”. “Ainda estou pagando o empréstimo que recebi para estudar. Cameron não faz nada. Não tem ideia do que é ser jovem. Dizem que nos aproveitamos dos benefícios. Mas queremos trabalho”, disse Trisha ao (diário londrino) The Guardian.
Estes germens de discurso apareceram várias vezes. Na voz de uma mãe em um supermercado (“não tem nada, o que vão fazer?”), na de um jovem desempregado (“é preciso se rebelar”). As gangues juvenis são a expressão final e niilista deste fenómeno de não pertencimento social e de falta de perspectiva de vida. “As gangues oferecem uma relação de pertencimento a uma estrutura, uma disciplina, um respeito que os jovens não encontram em nenhum outro lado”, escreve Ann Sieghart no diário britânico The Independent.
Esta semana, em um primeiro distanciamento de sua própria caracterização dos distúrbios, David Cameron lançou uma revisão de toda a política governamental para “recompor uma sociedade exausta”, evitar uma “lenta desintegração moral” e “solucionar problemas sociais que cresceram durante muito tempo”. É um começo. O que está claro é que as prisões, que em sua maioria já estão superpovoadas, não resolvem o problema de fundo: em alguns meses os mesmos jovens sairão para as ruas. A grande questão é se uma coligação como a conservadora-liberal democrata, que fez do ajuste fiscal uma religião, pode levar adiante uma política mínima que comece a lidar com um fenómeno que tem complexas raízes económicas sociais e culturais.

O capitalismo besta-fera ataca nas ruas‏

O capitalismo bestial deve ser levado a julgamento por crimes contra a humanidade, tanto quanto por crimes contra a natureza. Infelizmente, isso é o que os agitadores da Inglaterra nem vêem nem exigem. 
“Adolescentes niilistas e bestiais”. Foi como o Daily Mail apresentou: os jovens enlouquecidos, vindos de todas as vias da vida, que correram pelas ruas sem pensar, atirando desesperadamente tijolos, pedras e garrafas contra os polícias, saqueando aqui, incendiando ali, levando as autoridades a uma também enlouquecida caçada de salve-se quem puder, agarre o que conseguir, enquanto os jovens iam alterando os seus alvos estratégicos, saltando de um para outro.
A palavra “bestial” saltou-me à vista. Lembrou-me que os communards em Paris, em 1871, foram mostrados como animais selvagens, como hienas, que mereciam ser (como foram, em vários casos) sumariamente executados, em nome da santidade da propriedade privada, da moralidade, da religião e da família. Mas em seguida a palavra trouxe-me outra associação: Tony Blair atacando os “média bestiais”, depois de ter vivido durante tanto tempo confortavelmente alojado no bolso esquerdo de Rupert Murdoch, até que Murdoch meteu a mão no bolso direito e de lá tirou David Cameron.
Evidentemente haverá o debate histérico de sempre entre os sempre prontos a ver a agitação das ruas como questão de pura, simples e imperdoável criminalidade, e os ansiosos por contextualizar eventos em termos de polícia incompetente; de eterno racismo e injustificada perseguição aos jovens e às minorias; de desemprego em massa entre os jovens; de depauperação incontrolável da sociedade; de uma política autista de austeridade que nada tem a ver com a economia e tudo tem a ver com a perpetuação e a consolidação da riqueza e do poder individuais. Haverá até quem condene o sem sentido e a alienação de tantos trabalhos e empregos e tal desperdício da vida de todos os dias, de tão imenso, mas desigualmente distribuído, potencial para o florescimento humano.
Se tivermos sorte, haverá comissões e relatórios que dirão tudo, outra vez, que já foi dito sobre Brixton e Toxteth nos anos Thatcher. Digo “sorte”, porque os instintos bestiais do actual primeiro-ministro parecem tender mais a mandar usar canhões de água, a convocar a brigada do gás lacrimogéneo e a usar balas revestidas de borracha, ao mesmo tempo em que ele untosamente pontifica sobre a perda da bússola moral, o declínio da civilidade e a triste deterioração dos valores da família e da disciplina entre os jovens sem lar.
Mas o problema é que vivemos em sociedade na qual o próprio capitalismo se tornou desenfreadamente fera. Políticos-feras mentem nos gastos, banqueiros-feras assaltam a bolsa pública até ao último vintém, altos executivos, operadores de hedge funds e génios do lucro privado saqueiam o mundo dos ricos, empresas de telefonia e cartões de crédito cobram misteriosas tarifas nas contas de todos, empresas de varejo aumentam os preços. Por baixo do chapéu, artistas vigaristas e golpistas aplicam os seus golpes até entre os mais altos escalões do mundo corporativo e político.
Uma economia política de saque das massas, de práticas predatórias que chegam ao assalto à luz do dia, sempre contra os mais pobres e vulneráveis, os simples e desprotegidos pela lei – isso é hoje a ordem do dia. Alguém ainda crê que seja possível encontrar um capitalista honesto, um banqueiro honesto, um político honesto, um comerciante honesto ou um delegado de polícia honesto? Sim, existem. Mas só como minoria, que todos os demais consideram idiotas. Seja esperto. Passe a mão no lucro fácil. Fraude, roube! A probabilidade de ser apanhado é baixa. E em qualquer caso, há muitos meios para proteger a fortuna pessoal e impedir que seja tocada pelos golpes das corporações.
Tudo isso, dito assim, talvez choque. Muitos de nós não vemos, porque não queremos ver. Claro que nenhum político se atreve a dizer estas coisas e a imprensa só publicaria, se algum dia publicasse, para escarnecer de quem dissesse. Mas acho que todos os que correm pelas ruas agitando a cidade sabem exactamente a que me refiro. Fazem o que todos fazem, embora de modo diferente – mais flagrante, mais visível, nas ruas. O thatcherismo despertou os instintos bestiais do capitalismo (o “espírito animal” do empreendedor, como o chamam timidamente) e, desde então, nada surgiu que os domasse. Destruir e queimar é hoje a palavra de ordem das classes dominantes, de fato, em todo o mundo.
Essa é a nova normalidade sob a qual vivemos. Isso deveria preocupar o presidente do inquérito que rapidamente será nomeado. Todos, não só os jovens agitadores, devem ser responsabilizados. O capitalismo bestial deve ser levado a julgamento por crimes contra a humanidade, tanto quanto por crimes contra a natureza.
Infelizmente, isso é o que os agitadores nem vêem nem exigem. Tudo conspira para nos impedir de ver ou exigir exactamente isso. Por isso o poder político tão facilmente se traveste na roupagem da moralidade e de uma razão repugnante, de modo que ninguém veja a corrupção nua e a irracional estupidez.
Mas há réstias de esperança e luz em todo o mundo. O movimento dos indignados na Espanha e na Grécia, os impulsos revolucionários na América Latina, os movimentos camponeses na Ásia, todos esses começam a ver através da imundície que o capitalismo global, predatório, bestial lançou sobre o mundo. O que ainda falta para que todos vejamos e comecemos a agir? Como se poderá começar tudo outra vez? Que rumo tomar? As respostas não são fáceis. Mas uma coisa já se sabe: só chegaremos às respostas certas, se fizermos as perguntas certas.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Não esquecer o Santo Condestável,nem o nosso Portugal.

Foi a, 1 de Abril( embora tenha passado esta data, ela deve ser sempre lembrada), que faleceu o nobre e intrépido Nuno Álvares Pereira no ano de 1431.

Faço daqui uma saudação aos meus camaradas nacionalistas que irão hoje estar em Aljubarrota para reafirmarem os seus ideais, perfilhados por este nosso ilustre antepassado, e reafirmarem o juramento já feito o ano passado.
Fisicamente não me será possível encontrar-me no seu seio, mas estarei em pensamento.

É de aproveitar, pois, que se relembre um pouco da história da personagem, dos seus feitos, e, acima de tudo, da sua lição de vida!
Nuno Alvares Pereira nasceu no dia 24 de Julho de 1360 no seio de uma pequena família fidalga e foi educado como um verdadeiro cavaleiro. Logo aos 13 anos entrou para a corte de S.A.R D.Fernando, sendo escolhido para escudeiro de D.Leonor Teles. Desde logo se notaram as suas qualidades: um intenso fervor patriótico e um génio militar. Casou-se aos 16 anos por imposição do pai com D.Leonor de Alvim, de quem teve 3 filhos.
Com a morte de D.Fernando, a independência de Portugal esteve em risco e é nesse período que Nuno Alvares Pereira vai empenhar um papel decisivo.

Durante o período da regeneração esteve sempre ao lado de D.João I. A sua primeira vitória militar foi na batalha de atoleiros em 1384. Em 1385 D.João I é aclamado Rei de Portugal e Nuno Álvares Pereira, Condestável do Reino.

A luta contra Castela e os traidores de Portugal continua.

Em 14 de Agosto de 1385 dá-se a batalha decisiva: Batalha de Aljubarrota. A desigualdade dos dois exércitos era por demais evidente. Do lado de Castela haveria cerca de 5000 lanças (cavalaria pesada), 2000 ginetes (cavalaria ligeira), 8000 besteiros e l5 000 peões; do lado português seriam cerca de 1700 lanças, 800 besteiros, 300 archeiros ingleses e 4000 peões. O Condestável vira-se para os soldados portugueses, que assustados o ouvem: "Confiem em mim, pelos nosso avós, pela nossa Nação, pelo nosso Rei D.João e pelos nossos filhos, temos de defender a nossa terra. Se for preciso pagar este heroísmo com a vida, tal acontecerá, se esse for o nosso destino!". Os soldados acreditam cegamente no seu líder. D.Nuno Álvares Pereira reflecte e elabora o seu plano, uma estratégia de guerra que tinha aprendido com os ingleses: a tácita do quadrado. Depois escolheu o melhor local para o embate.
Os castelhanos, apesar de em maior número, quando avistam o exército português, apercebem-se da posição vantajosa dos portugueses no terreno e tentam evitar o confronto, contornando-os e, seguindo por um caminho secundário, indo concentrar-se em Calvaria. O exército português inverte a posição e desloca-se paralelamente, acompanhando os castelhanos, vindo a ocupar uma posição 3 km a sul da anterior, ficando os dois exércitos a cerca de 350 metros de distância. Para proteger a frente os portugueses cavaram rapidamente fossos e covas de lobo, que tentaram disfarçar. O exército português estava disposto numa espécie de quadrado, formando a vanguarda e as alas um só corpo. A vanguarda era comandada pelo Condestável e nela estavam cerca de 600 lanças; na retaguarda, comandada por D. João I, estavam cerca de 700 lanças, besteiros e 2000 peões. Os restantes efectivos estavam nas alas.A ala esquerda era a célebre ala dos namorados, que enfrentou bravamente os castelhanos, e a ala direita era conhecida por ala da madressilva, que, enquanto a primeira lutava, fazia chover flechas sobre o exército inimigo.
A vanguarda castelhana teria 50 bombardas e 1500 lanças, em 4 filas, e ocupava toda a largura do planalto, nas alas teria outras tantas lanças, besteiros e peões, além de ginetes na ala direita e cavaleiros franceses na ala esquerda. Os castelhanos reconhecem a dificuldade de atacar a posição portuguesa, surgindo dúvidas quanto à decisão de atacar ou não.
Estavam neste impasse quando, já ao fim do dia, a vanguarda castelhana inicia o ataque. Dados os obstáculos que encontraram, foram-se concentrando ao meio, mas com uma profundidade de 60 a 70 metros, pelo que o embate se dá com a parte central da vanguarda portuguesa. Dado o seu número, os castelhanos conseguem romper a vanguarda portuguesa, mas logo foram atacados de flanco, pelas pontas da vanguarda, pelas alas e também pela retaguarda portuguesa. Assim, face à estratégia e posição portuguesas, a vanguarda castelhana sofreu todo o impacto da força do exército português, sendo desbaratada. Por isso, apesar do maior número total das forças espanholas no combate, a vanguarda castelhana suportou sozinha toda a acção do exército português, sendo esmagada. Os restantes fugiram, em pânico, sendo ainda perseguidos. Tudo isto aconteceu em cerca de uma hora. O rei de Castela fugiu, de noite, para Santarém e daí embarcou para Sevilha.

A Batalha de Aljubarrota foi um momento alto e importante na luta com Castela, pois desmoralizou o inimigo e aqueles que o apoiavam, e praticamente assegurou a continuidade da independência nacional.


Em Outubro de 1385, em Valverde alcança nova vitória sobre os castelhanos.
Em 1411, Castela reconhece a independência de Portugal.

Nuno Álvares Pereira tornou-se rico e poderoso, mas soube dividir, com os seus companheiros de armas, grande parte das terras que lhe foram doadas. No fim da vida, teve o cuidado de repartir também pelos netos os seus domínios e títulos.

Nuno Alvares Pereira  ainda participou na conquista de Ceuta em 1415. Nunca perdeu uma batalha que fosse liderada por si. Conta-se que a sua espada, que tinha o nome de Maria gravado, lhe dava a devida protecção.

Depois de se tornar viúvo (1388) entrou para o Mosteiro do Carmo em 1423, por ele fundado, mudando o nome para frade Nuno de Santa Maria. Nos últimos anos da sua vida ajudou os pobres e os mais necessitados e o povo começou a chama-lo Santo Condestável.
Foi beatificado pela igreja em 23 de Janeiro de 1918.


Para a história, fica o seu patriotismo, o seu sacrifício e a sua espiritualidade. O Condestável é um exemplo para todos nós, pois, Nuno Alvares Pereira compreendeu que tinha chegado a hora de servir a sua Pátria, tal como um dia o tinham feito os seus avós, e fê-lo, mesmo arriscando a sua vida e a vida dos seus soldados. Foi humilde e despiu-se de todas as riquezas materiais, entrando para o mosteiro, para estar mais perto de Deus.
A ele, por certo, devemos-lhe as vitórias militares, que permitiram a independência de Portugal!

É escutando estes ventos históricos, estas almas patrióticas, esta valentia lusíada, que podemos recuperar o nosso génio lusíada... Devemos, tal como fez heroicamente Nuno Alvares Pereira , sacrificarmo-nos a nós próprios, para melhorarmos a nossa terra, mesmo que sejamos menos, poucos, mesmo contra todas as vicissitudes e adversidade, devemos lembrarmo-nos que somos portugueses. E se não formos nós a salvar Portugal, ninguém o fará.


Obrigado, Nuno Álvares Pereira! (1360-1431)

Portugal sempre.
Dever, Honra e Serviço.

domingo, 14 de agosto de 2011

Nacionalismo fora de hora

Numa sociedade em rápida transformação, como a nossa, a economia, a política e a cultura nunca evoluem no mesmo passo. A economia pode modernizar-se rapidamente sob a pressão dos contactos com o exterior, sem que o sistema político e as ideias na sociedade acompanhem-na no mesmo ritmo. A falta de sincronia entre essas esferas da vida social transmite a impressão de que o país vive simultaneamente em tempos históricos diferentes. Portugal, perdeu a maior parte dos anos 70 e ... procurando inimigos externos e internos para justificar sua pobreza e seu atraso em relação ao mundo. Nessa busca insensata perdemos a capacidade de perceber nossos próprios problemas, nossas fraquezas e, muito pior que isso, as grandes possibilidades que tínhamos diante de nós.
Alimentamos conflitos políticos inúteis, criamos espaço para lideranças políticas ineptas e irresponsáveis e deixamos de investir na criação das condições objectivas que tornam possível o crescimento econômico. Enquanto os outros países europeus iam evoluindo, conseguiram romper o círculo de atraso de consciência e ingressaram numa fase de modernização económica e social que nos está levando, pela primeira vez, para o centro relevante do mundo. em Portugal , no entanto, a modernização económica ( porque ela existe neste país )ainda não teve tempo, ou não foi capaz, de influir no modo de funcionamento do sistema político e no conjunto das ideias com que os "verdadeiros" portugueses interpretam  a sua realidade.
A política continua o mesmo modo patrimonialista de sempre e pode tornar-se um obstáculo importante à continuidade do nosso desempenho econômico. Mas o mais grave é a sobrevivência de ideias anacrónicas que ainda guiam o comportamento de sectores importantes da sociedade. A pior dessas ideias é o nacionalismo de esquerda. É um nacionalismo mais recatado e fino, sem os slogans( esquerdistas ) patéticos dos anos 50, mas mesmo assim carregado do mesmo veneno. estes nacionalismos de todos os tipos de esquerda  estão na origem dos maiores desastres e dos maiores fracassos das sociedades humanas nos últimos cem anos. Trazem-nos  à tona os piores instintos humanos,que os bolcheviques trouxeram com eles e que deu origem á divisão do mundo em duas super-potências e que em grande parte quase nos levaram a um retrocesso quase civilizacional.
sou nacionalista e acho inconcebível que um comunista, socialista... possam proclamar-se nacionalistas.
O que sabem eles do que é ser nacionalista?!... sofreram pela nação, tem amor por ela, morreriam por ela e pela sua salvaguarda?!...
não, porque são todos eles internacionalistas globais, querem que sejamos todos iguais...
Estas reflexões me vem à mente com as notícias de o PCP, o PS e o BE, se preocupam com a causa nacional e que sempre foi uma bandeira sua ser nacionalista...
Os tempos mudaram ou então, foi criado um novo "nacionalismo", arcaico e atavio e incoerente.
Temos um novo nacionalismo fora de horas e estranho como dizerem que sou irmão de um negro...

O politeísmo de um Deus só‏

"Os homens estavam acostumados a se relacionar
com deuses, no plural. Foi a própria Igreja quem
estimulou esse caminho de mediação entre o homem
e a crença cristã por meio da 'santidade'. Ou seja,
emprestou ao seu monoteísmo uma característica
politeísta, para angariar um maior número de adeptos"

Os santos católicos – e coloquemos de lado, aqui, o que é matéria de fé para nos atermos à conformação das mentalidades religiosas – exercem um papel semelhante àquele desempenhado pelos deuses no paganismo clássico. Há até mesmo um "Olimpo" católico, em que vigora uma rígida hierarquia. Eles são produtos e instrumentos de uma permanente adaptação do cristianismo às culturas com as quais se foi  relacionando e disputando a hegemonia. Nesse processo, o catolicismo tentou preservar um núcleo doutrinário que está longe de ser plenamente compreendido sem o amparo de uma complexa cultura filosófica. E nisso não se distingue de nenhuma outra religião: todas elas tiveram e têm seus sacerdotes e seus intérpretes.
A Igreja Católica conta hoje com 33 Doutores, seus "deuses" maiores, todos eles santos, que se tornaram notáveis graças a sua entrega à vida religiosa e por sua produção doutrinária. Destes, quatro ocupam um lugar especial: Santo Agostinho (354-430), Santo Ambrósio (340-397), São Jerónimo (347-420) e São Gregório Magno (540-604). Eu reivindicaria um quinto: Santo Tomás de Aquino (1225-1274), um gigante da teologia e da filosofia. Se um dia você quiser ao menos uma explicação plausível, inteligente, culta, que concilia a fé e a razão, a crença e a ciência, leia o que for possível ler da Suma Teológica, de Santo Tomás. Esse catolicismo dos Doutores foi fundamental para consolidar o aparelho da Igreja – sem o qual não haveria o resto –, mas ele só conta parte da história.
As quatro "divindades" de primeira grandeza, não por acaso, se dedicaram, de alguma forma, a sustentar a existência da Santíssima Trindade, manifestações distintas – Pai, Filho e Espírito Santo – de um só Deus e feitas da mesma substância. Observe: essa questão não está posta nos Evangelhos. Jesus Cristo não se atreveu a explica-la. Ela foi adquirindo importância capital na Igreja à medida que esta se expandia e se confundia com o próprio poder secular, terreno – paralelamente ao qual, se bem se lembra, havia nascido: o Messias não queria saber dos assuntos que eram de César; o reino de seu Pai não era deste mundo.
Mas o da Igreja Católica era. E sua teologia pode ser acusada de tudo, menos de ser simples ou simplista. Tanto quanto um grego ou romano comuns conheciam pouco da cosmogonia pagã, um cristão do povo pouco entendia desse Deus a um só tempo tripartido e uno, matéria de acalorados debates teológicos. Ele não bastava para responder a todas as angústias humanas. Observe que o monoteísmo havia encontrado a sua tradução mais acabada – o judaísmo – num povo minoritário e dominado. E nada ocupado em seduzir outras culturas. Os homens estavam acostumados a se relacionar com deuses, no plural. Foi a própria Igreja, desde o seu primeiro mártir – Santo Estêvão –, quem estimulou esse caminho da mediação entre o homem e a crença cristã por meio da "santidade". Ou seja, emprestou ao seu monoteísmo uma característica politeísta, para angariar um maior número de adeptos.
Cada dia no ano, por exemplo, é dedicado a um santo – e, às vezes, a mais de um. Contam-se, pois, mais de 365 "divindades" que servem de intermediárias entre a vontade de Deus e os desejos dos homens. A exemplo de frei Galvão, são inúmeros os casos em que o culto popular precede o reconhecimento oficial da Igreja. Padre Cícero, por exemplo, cuja intercessão miraculosa não é reconhecida, tem, não obstante, seu culto tolerado. Quando o aparelho resiste ao fato consumado, a população erige seus próprios deuses. O sentido da santidade é conferir um lugar especial aos cristãos que viveram plenamente o Evangelho e, por essa razão, foram distinguidos com a capacidade de operar um evento miraculoso, antes só a Deus, em qualquer uma de suas formas, reservado.
Não foi, por exemplo, a Igreja a fazer de São Judas Tadeu, um dos apóstolos, o "Santo das causas difíceis" – "impossíveis", em algumas versões. Foram os fiéis. Nada em sua biografia justifica o epíteto. Santo António é conhecido por dois cultos populares: o pão distribuído pelos crentes aos pobres, e isso se explica por sua vida dedicada à caridade, mas também por ser o santo casamenteiro, o que se deve inteiramente à tradição não teológica. Na iconografia popular, Santa Luzia, que protege contra doenças oculares, traz os olhos arrancados num prato. Uma das orações a ela dedicadas refere-se ao episódio, provavelmente falso.
A semelhança entre os santos católicos e o politeísmo greco-romano se dá em meio a diferenças nada desprezíveis. Os deuses pagãos eram exemplos das virtudes do homem, mas também de seus defeitos: mostravam-se egoístas, ciumentos, violentos e injustos. Já os católicos são encarnações da renúncia e do sacrifício. Os pagãos expõem os limites humanos; os católicos buscam ultrapassa-los. Os primeiros decidem entre eles o destino dos mortais e fazem valer a sua sentença; os outros são um exemplo de rectidão, um norte ético.
Falou-se aqui de semelhanças e se evidenciam diferenças? Nos dois casos, visões de mundo complexas – tanto a pagã como a católica – encontram nessas "divindades" canais de expressão para se comunicar com o homem comum e lhe fazer duas ofertas sem as quais não existe uma religião: uma ideia de totalidade ("o mundo é assim") e a superação da morte. Aqui uma observação rápida: "superar a morte" pode compreender tanto a promessa da imortalidade da alma – ou a vida eterna – quanto a educação para um fim decoroso, integrando-se a uma espécie de cosmos universal.
Estudiosos que se dedicaram a comparar religiões diversas encontram nelas elementos comuns que a história sempre pode explicar. Quer um exemplo corriqueiro? A luta essencial do homem, até agora, se deu contra a ditadura da natureza, e é preciso garantir o pão para que se tenha espírito. Toda religião tem, por exemplo, alguma forma de celebrar a colheita. Tanto quanto na natureza, no mundo da cultura nada se perde. Tudo se transforma – ou se transmuda.
Para o crente, só a revelação interessa. Para quem vê nas religiões também um elemento da cultura, elas constituem uma das teorias do conhecimento. "Primus in orbe deos fecit timor": "Foi o medo que primeiro fez os deuses", escreveu o poeta latino Estácio (45-96). Ele não foi o único antigo a duvidar das divindades e da imortalidade da alma. A militância anti-religiosa é tão antiga quanto a religião. O mais antigo erro que o pensamento céptico costuma cometer é justamente este: supor que as religiões existem para explicar o que o homem não pode compreender racionalmente.
As religiões seriam, assim, uma construção negativa, entranhada na ignorância, que tenderia a desaparecer, ou a resistir como aberração, à medida que avançasse o pensamento científico. O caso é bem outro. Elas se ocupam do que na vida é corriqueiro, regular, não dos eventos excepcionais. Quase todas elas, é fato, são dotadas de alguma escatologia, do evento finalista, que remete ao fim dos tempos. Mas isso costuma ficar fora do culto quotidiano. Não serve para organizar a vida.
Quando Bento XVI formalizar a santidade de frei Galvão, o intérprete privilegiado dos Doutores estará abrindo, de novo, as portas da Igreja àquela humanidade intercessora que dá vida à doutrina. Pode não provar a existência de Deus, mas prova a existência da história. E é ela que importa aqui. Os marxistas quiseram a religião como "o ópio do povo", ao que lhes respondeu, ainda que com outras palavras, o intelectual francês Raymond Aron (1905-1983): "Certo, mas nenhuma outra doutrina criou no homem, como o marxismo, tal ilusão da omnipotência. Por isso, ele é o ópio dos intelectuais". As ambições de Deus são mais modestas...
pelo menos é o que nos querem fazer crer, os doutores da igreja... 

Dívida, Chile é o exemplo a seguir‏

Se todos os países se  comportassem como o Chile nos últimos 20 anos, não haveria crise da dívida.Para Eduardo Borensztein, conselheiro da instituição bancária ( BNCH) e especialista em questões de dívida soberana, o mais importante para um país deve ser saber aplicar uma política fiscal adequada em tempos positivos para que não se veja obrigado, em alturas de uma crise, a ter de  implementar medidas de austeridade e, consequentemente, restringir o crescimento, o que criará desemprego e pobreza.

“É muito importante  um país ter uma boa política fiscal nos tempos positivos para não vir a cair em momentos maus com um grande problema fiscal. É este o caso do Chile. Se todos os governos mundiais tivessem feito o que o Chile fez nos últimos 20 anos, não teríamos uma crise tão grave da dívida em nenhum sítio”.
 Eduardo Borensztein é o co-autor do artigo do Fundo Monetário Internacional “Os custos do incumprimento soberano”, de 2008.
O Chile, aplicou uma regra às suas finanças segundo a qual o seu nível de receitas é ajustado em função do ciclo económico e do preço do cobre, uma das suas principais fontes de rendimentos, o que significa que o país consegue manter um excedente de um por cento por ano, por norma.
Em 1999, segundo um artigo do Banco Mundial, o Chile registou um défice pela primeira vez em 10 anos, o que levou o então presidente Ricardo Lagos a implementar a regra mencionada, num país que em 2010 cresceu mais de cinco por cento e que tinha uma dívida bruta de oito por cento do PIB.
“Houve alturas em que tiveram excedentes de sete ou oito por cento do PIB, porque os preços do cobre foram uma grande parte da história e a economia estava a crescer e quando houve a recessão, em 2009, tiveram défices de nove e dez, mas possuíam os recursos das alturas positivas”.
Se tivéssemos aplicado bem os fundos, se tivéssemos reduzido as despesas públicas, e se não tivéssemos governantes e a respectiva classe política corrupta, o nosso estado estaria a rir-se de quem nos chupou o sangue, e teríamos esta crise...
Será que não temos pessoas que se importem com o estado da nação e do seu povo?
Vejo que são muito poucos e não se aliam a esta classe política corrupta e nojenta, e por isso é que devemos ter um partido conservador nacionalista que consiga congregar todos os nacionalistas, e tenhamos uma só voz, e que nestas próximas autárquicas já possamos ver uma mudança.
Mas será possível? Nem sei, o nosso povo parece estar "drogado", faz estranhas opções, e depois arrepende-se, agora já dizem se soubesse o que este  "Coelho" iria fazer não tinha votado nele....
Temos de acabar com estes aventureiros que nos sugam o nosso sangue, e destroem esta nobre nação.
Vejam o exemplo desta nação longínqua, situada na América Latina, somos menos que eles, mais pobres, menos cultos e civilizados? Não somos europeus, temos mais riquezas... Então porque estamos assim?
Respondo, somos "borregos", que seguimos os líderes que não prestam, e poucos pensam pela sua cabeça, seguem antes o carneiro "mor".
Estamos na altura de despertar.

Crise global do capitalismo se intensifica e europeus querem ampliar o diálogo

A busca por alternativas para conter a crise da dívida europeia levou os líderes políticos da Espanha, da França, da AlemanhA(vice- primeiro ministro) e de Portugal a intensificar as negociações, nesta sexta-feira. O primeiro-ministro da Espanha, José Luis Zapatero, suspendeu suas férias e anunciou reuniões com a equipe de governo.
As articulações aumentaram após as autoridades chinesas e japonesas apelarem por uma cooperação global em ocorrência das quedas das principais bolsas de valores no mundo. As conversas se intensificaram no momento em que os principais mercados financeiros europeus voltaram a abrir em queda nesta manhã.
A queda das bolsas de valores na Europa seguiram a tendência do que ocorria nas bolsas asiáticas ao longo do dia e na véspera, nos Estados Unidos. No início do último pregão desta semana, os principais índices das bolsas de Londres (Grã-Bretanha) e Frankfurt (Alemanha) registaram perdas de cerca de 3%, enquanto na França a queda chegou a quase 2%.
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, e Zapatero conversaram sobre o assunto por telefone. A solução para a crise financeira da zona euro tem de ser global, segundo o comissário europeu dos Assuntos Económicos e Monetários, Olli Rehn.
– A crise actual tem uma dimensão e ramificações globais com os potenciais riscos de contaminação para além das fronteiras europeias –  Rehn, defende como sendo de máxima “importância crítica” a articulação entre as instituições europeias e as demais internacionais.
Fuga em massa
O agravamento da crise no cenário econômico internacional tem causado uma debandada do investidor pessoa física da Bovespa e de outros investimentos ligados ao mercado acçionário, como os fundos de acções e multi-mercados. Em Julho, os resgates superaram as aplicações em € 451 milhões nos fundos de acções, segundo os dados mais recentes da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), com base no período até a última sexta-feira de Julho.
A fuga se apresenta mais intensa nos fundos multi-mercados, que aplicam em renda fixa e variável (como acções). Depois de terem perdido mais de € 14 biliões em maio e em Junho, no mês passado, os resgates superaram as aplicações em € 4,26 biliões. E os saques continuam neste mês. A diferença entre aplicações e resgates ficou negativa em mais de € 1 bilião em somente dois dias (entre segunda e terça-feira).
A saída das pessoas físicas da Bolsa e de investimentos ligados a acções é tão intensa que acabou sendo determinante para a forte queda de 10% do Ibovespa, o principal índice da Bolsa, nesta semana, provocando o chamado “efeito dominó” no mercado. Na véspera, a Bolsa caiu 5,72%. No ano, a queda é de 23,8%. Diante do fraco desempenho dos últimos meses e da deterioração das perspectivas para as economias dos EUA e da Europa, os investidores vêm pedindo o resgate de suas aplicações, forçando baixas e provocando sentimento de pânico, que estimula novos saques e quedas.
– Para pagar o resgate do cotista, fundos e bancos precisam fazer caixa. E, para fazer caixa, precisam vender acções a qualquer preço. Nesses momentos, muita gente se apavora, vende e perde dinheiro,  o destino da maior parte dos investidores é a renda fixa. Em Julho, as captações dos fundos de renda fixa e DI somaram € 3,82 biliões.

Tudo isto porque os líderes europeus não estão unidos, vejam o que fez o "escurinho" que governa os EUA, um raspanete em directo aos especuladores e suas agências de "rating", e está tudo bem no reino das Américas... Precisamos que um "colorido" nos dê exemplos?!...
Temos de sair o mais rápido possível desta união e desta moeda, porque senão dentro de poucos anos(4 anos) estamos mesmo no fundo e não conseguimos vir ao de cima nunca mais...

Despertai povo, por onde andais?!...
Vê o estado desta tua nobre Nação!...
Será que já não sabemos o que fomos e o que nos tornamos?!...
Que droga deram a este povo?!...

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O Nacionalismo não é Assassino!

Desde o final da Segunda Guerra Mundial, os movimentos Nacionalistas sempre têm sido reprimidos, perseguidos, desqualificados e, muitas vezes, até criminalizados. Esta situação é consequência do medo que o Sistema sente de nós. Tudo o que estiver ao alcance dos nossos inimigos para nos prejudicar, será aplicado com maestria típica de mentirosos e gângsters, especilidade daqueles que controlam o dinheiro, a mídia, os governos...
A nossa imagem por si só já produz um grunhido de medo nas massas, que não conhecem qual realmente é a nossa proposta e que foram lobotomizadas pelos Governos Liberais/Marxistas, pelos meios de comunicação em massa e demais tentáculos da Plutocracia Mundial.
Como se a situação não fosse ruim por si só, ainda temos que lidar com lunáticos como o Sr Anders Behring Breivik, o tal “Terrorista de Oslo”. Este Sr Breivik diz apoiar a causa Nacionalista, diz ser um Cristão Fundamentalista e anti-islâmico, isso tudo já se sabe, pois a mídia repete incessantemente as palavras “nacionalismo, extrema direita, intolerância”, etc. O que não nos foi apresentado é que este, agora “ilustre” senhor, é um Maçom, Sionista e nostálgico dos Cavaleiros Templários!
Estes “pequenos detalhes” nos levam a questionar qual é o real envolvimento deste cidadão com a nossa causa! A Franco-Maçonaria é uma entidade conhecidamente internacionalista, não existe lealdade nacional nas suas fileiras. Existe apenas lealdade “à Ordem”, um Nacionalista não pode ser um entusiasta desta instituição. Apesar de diversos setores Nacionalistas apoiarem a Legitimidade do Estado de Israel, é extremamente incomum que se refiram aos judeus como “irmãos” por quem deve-se zelar e combater lado a lado; tudo isso o Sr Breivik faz em seu manifesto “2083 – A European Declaration of Independence”. A postura normalmente tomada é que não deve haver envolvimento europeu nos conflitos que não dizem respeito ao povo da Europa. Finalmente, o Sr. Breivik é um Nostálgico da Ordem Templária, uma ordem que apesar de ser exteriormente européia, foi anti-européia até a raiz. Na Idade Media os Templarios fizeram com os Reinos exatamente o que os Bancos Internacionais fazem com os Governos hoje, ou seja, eles escravizaram povos europeus através da usura e dos juros, tentaram estabelecer um poderio mundial nos mesmos moldes que é feito hoje! Pois pensemos, é exatamente contra isso que nós, verdadeiros nacionalistas, lutamos!
As atitudes do Sr Breivik, de forma alguma representam o que o Nacionalismo defende e prega, como disse Varg Vikernes em seu pronunciamento oficial sobre o assunto: “...verdadeiros Nacionalistas não matam crianças da sua própria nação, mesmo se alguem tenta fazer uma lavagem cerebral nelas, como a AUF fez. Elas (ainda) não eram Marxistas Extremistas; eram apenas crianças.”. Portanto, apesar de parecer um Nacionalista, e até mesmo ter algumas idéias em comum com o Nacionalismo, este cidadão não é um modelo, ou representante dos nossos ideais.
Fica claro que este tal Sr. Breivik ou era um desequilibrado, ou era um enviado das “Forças Ocultas” para manchar a Honra do Nacionalismo. Qualquer que seja a explicação, uma coisa fica clara, o acontecido na Noruega foi um duro golpe para todo grupo ou movimento Nacionalista do mundo. Em um momento em que a nossa ideologia se encontrava em pleno crescimento, sofreremos um grave retrocesso perante a opinião pública; MAS ISTO NÃO NOS DEVE DESANIMAR. Agora, mais que nunca, devemos tomar o exemplo do NPD na Alemanha e da Casapound na Itália, e trabalharmos da maneira correta, ajudando o nosso povo, nos voluntariando para ações necessárias para a nação e mostrando a todos, que nós, Nacionalistas, não somos monstros de nenhuma espécie, mas aqueles que realmente estão engajados em propiciar uma existência decente e a Liberdade para os nossos povos!
Vida Longa ao Nacionalismo!