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quarta-feira, 13 de julho de 2011

A humanidade... Na actualidade

Na perspectiva das grandes maiorias da humanidade, a actual ordem é uma ordem na desordem, produzida e mantida por forças( do poder económico)  e países que se beneficiam dela, aumentando seu poder e seus ganhos. Esta desordem  deriva do facto de que a globalização económica não deu origem a uma globalização política. Não há nenhuma instância ou força que controle a voracidade da globalização económica. Joseph Stiglitz e Paul Krugman, dois prémios Nobel em economia, criticam o Presidente Obama por não ter imposto freios aos ladrões de Wall Street e da City, ao invés de se ter rendido e vendido a eles. Depois de terem provocado a crise, ainda foram beneficiados com inversões bilionários de dinheiro público. Voltaram, airosos, ao sistema de especulação financeira.
Estes excepcionais economistas são óptimos na análise; mas, mudos na apresentação de saídas à actual crise. Talvez, como insinuam, por estarem convencidos de que a solução da economia não esteja na economia, mas no ‘renovar’ das relações sociais destruídas pela economia de mercado, especialmente, a especulativa. Esta é sem compaixão e desprovida de qualquer projecto de mundo, de sociedade e de política sendo o seu propósito o acumular o máximo, apropriando-se de bens comuns vitais como água, sementes e solos e destroçando economias nacionais, e por aí em diante.

Para os especuladores, o dinheiro serve para produzir mais dinheiro e não para produzir mais bens. Aqui o Governo tem que pagar 78 mil milhões de euros pela dívida de um trimestre de juros pelos empréstimos tomados, enquanto aplica apenas cerca de 100 a 800 milhões para os projectos sociais. Esta disparidade resulta eticamente perversa, consequência do tipo de sociedade á qual nos incorporamos, sociedade essa que colocou, como eixo estruturador central, a economia, que de tudo faz mercadoria até da vida.
Não são poucos os que sustentam a tese de que estamos num momento dramático de decomposição dos laços sociais. Alain Touraine fala até de fase pós-social ao invés de pós-industrial.
Esta decomposição social se revela por polarizações ou por lógicas opostas: a lógica do capital produtivo cerca de 60 triliões de dólares/ano e a do capital especulativo, cerca de 600 triliões de dólares sob a égide do “greed is good” (a cobiça é boa). A lógica dos que defendem a maior lucratividade possível e a dos que lutam pelos direitos da vida, da humanidade e da Terra. A lógica do individualismo que destrói a “casa comum”, aumentando o número dos que não querem mais conviver e a lógica da solidariedade social a partir dos mais vulneráveis. A lógica das elites que fazem as mudanças intra sistémicas e que se apropriam dos lucros e a lógica dos assalariados, ameaçados de desemprego e sem capacidade de intervenção. A lógica da aceleração do crescimento material  e a dos limites de cada ecossistema e da própria Terra.
Vigora uma desconfiança generalizada de que deste sistema não poderá vir nada de bom para a humanidade. Estamos indo de mal a pior em todos os itens da vida e da natureza. O futuro depende da "crença" de confiança que os povos depositam em suas capacidades e nas possibilidades da realidade. E esta confiança está diminuindo dia para dia.
Estamos nos confrontando com esse dilema: ou deixamos as coisas correrem assim como estão e então nos afundaremos numa crise abissal ou então nos empenharemos na gestação de uma nova vida e ordem social liderada pelo povo, capaz de sustentar um outro tipo de civilização. Os vínculos sociais novos não se derivarão nem da técnica nem da política, descoladas da natureza e de uma relação de sinergia com a Terra. Nascerão de um consenso mínimo entre os humanos, a ser ainda construído, ao redor do reconhecimento e do respeito dos direitos da vida, de cada sujeito, da humanidade e da Terra, tida como " Arádia " e nossa Mãe comum. A essa nova vida social devem servir a técnica, a política, as instituições e os valores do passado. Sobre isso venho pensando e escrevendo já pelo menos há um tempo. Mas é voz perdida no deserto. “Clamei e salvei a minha alma” (clamavi et salvavi animam meam), diria desolado qualquer pensador. Mas importa continuar. O improvável é ainda possível, e isso ainda o creio.

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