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sexta-feira, 15 de julho de 2011

O Mito Sebástico

É sabido o trágico destino de el-rei D.Sebastião no dia 4 de Agosto de 1578. É também por demais conhecido a perda da independência nacional associada ao declínio do moço rei.

Poder-se-á, quem sabe, pensar que a batalha de Alcácer Quibir (ou batalha dos três Reis) não tem uma relação com o presente, nem se poderá fazer qualquer tipo de analogia, pois o passado é passado e há que construir o futuro.

Contudo, naquela manhã do dia 4 de Agosto, Portugal viria a perder o seu querido jovem rei que representava todo o vitalismo e energia de uma nação já em declínio imperial. Perdemos o Rei e perdemos a nossa independência.
Em 1580 fomos definitivamente ocupados pelos espanhóis. Os 60 anos que se seguiram foram marcados pela angústia, pela dor, pela pobreza, pela tristeza nacional... Até que apenas um punhado de homens, liderados pelo duque de Bragança, repõe um rei português a comandar os destinos da Nação Portuguesa.

Nos dias de hoje, já não temos monarquia, mas a Nação Portuguesa ainda existe, independentemente do sistema político vigente.
Somos independentes, sem sombra de dúvida. Mas já há uns longos anos que perdemos outro atributo de igual ou superior valor: a nossa soberania.
Perdemos a nossa soberania e simultaneamente não somos donos do nosso próprio destino. O país encontra-se dominado pelo tédio e pela monotonia. Os políticos são corruptos. O povo é ignorante, os jovens são mal instruídos, a pobreza aumenta, a população envelhece, a criminalidade e o desemprego alastram. E ninguém faz nada. Todos esperam, como se algo alcançassem de tanto esperar.

Esta espera demorada, este cansaço tardio é a nossa síndrome. Esta fé exagerada no Messias, esta fé doentia do passado, esta saudade do futuro é a nossa doença. Esta doença só tem uma cura: A própria refutação do mito sebástico enquanto designação de espera e latência em vez de luta e acção.

No entanto, o mito sebástico sempre foi o suporte da nossa poesia (Fernando Pessoa, entre outros), da nossa filosofia (Teixeira de Pascoaes, por exemplo), da nossa arte e da nossa literatura (José Régio)

O Mito Sebástico é um assunto muito vasto. O mito sebástico é o homem aberto a si mesmo, o homem esquecido de si mesmo que procura o seu horizonte, o seu ideal, o seu ‘ego' no meio do deserto, da imensidão do deserto, longe de tudo o que lhe é familiar, envolto em miragens, a lutar pelo futuro, por tudo o que é seu... Com um mito destes, mito filosófico, envolto na saudade e esperança, o futuro não nos reservará um horizonte celestial? Ou uns triunfos ufanos? D. Sebastião personifica pois o homem existencialista, o Dasein de Heidegger, o homem do nevoeiro, que se quer encontrar a ele mesmo, que procura a sua identidade perdida tendo em vista a modelação do seu próprio ego.

Esse D.Sebastião, o intrépido lutador, que procura algo no meio da sua loucura e contra todas as adversidade, contra a sua própria doença somos cada um de nós... que procura no seu deserto, encontrar uma paz e engrandecer a nossa nação, construindo o destino da mesma...

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