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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Agora temos esta nova praga...

Praga
A Neuruppin, em Land de Brandebourg

Cada vez mais polacos abandonam o seu país, para se instalarem na antiga Alemanha de Leste. Ocupam o vazio deixado pelo êxodo dos "Ossies", após a queda do Muro de Berlim. O Lidové noviny convida os checos a fazerem o mesmo e a diluir, assim, as fronteiras da Europa Central.

Löcknitz, a cerca de 50 quilómetros da costa do Mar Báltico, tem sido palco, nos últimos anos, de um pequeno milagre. É uma das raras cidades do Leste da Alemanha que tem conseguido travar a queda do número de habitantes. Aliás, a sua população aumentou. E – fenómeno nada normal nesta região – as escolas do ensino pré-primário e primário também têm mais alunos. No entanto, nem tudo são rosas. Os novos habitantes não são alemães. São polacos, originários sobretudo da cidade portuária de Szczecin, que tem várias centenas de milhar de habitantes e fica a cerca de 20 quilómetros de Löcknitz.
"As casas e os terrenos são mais baratos aqui do que nos arredores de Szczecin. Até os impostos são mais baixos e a qualidade dos serviços públicos é muito melhor", diz uma polaca, dona de uma pensão. "Uma casa igual à que comprei aqui por 35 000 euros ter-me-ia custado 250 000 euros em Szczecin", explica outro polaco, que foi até à pensão para dar dois dedos de conversa. E acrescenta: "Não é complicado. Os alemães daqui vão-se embora para o Ocidente."
Neste momento, 15% dos habitantes de Löcknitz são polacos e, nas escolas pré-primárias locais, um em cada 5 crianças tem nacionalidade polaca. Os alemães que aqui vivem gostam dos polacos. "Sem eles, a cidade estava condenada a morrer", afirma o proprietário alemão de um restaurante topo de gama. Mas a maioria das cidades da antiga Alemanha de Leste não teve a mesma sorte que Löcknitz. Quando, há 50 anos, construíram o Muro de Berlim, os comunistas alemães orientais tentavam em especial travar o êxodo de cidadãos da RDA para Ocidente. Todos os anos, mais de 100 000 pessoas atravessavam a fronteira e o país corria o risco de despovoamento total. Menos 3 milhões de pessoas.

Renascer da Europa Central

Para muitos especialistas, o que explica a unificação relâmpago da Alemanha, a seguir à queda do Muro de Berlim, é o fluxo massivo de alemães que então começaram a emigrar do Leste para o Ocidente. Contudo, nem a unificação nem a transferência colossal de dinheiro (mais de 1 bilião de euros), destinado a colocar o Leste ao nível do Ocidente, conseguiram deter o êxodo. Apenas o abrandaram e estabilizaram 100 pessoas por ano. Os motivos são de ordem económica – salários mais baixos e uma taxa de desemprego significativa.
Hoje, há cerca de 14 milhões de habitantes recenseados no Leste da Alemanha – bastante menos do que os 17 milhões de antigos alemães de Leste –, sendo que Berlim e arredores salvam um pouco a situação, devido ao aumento do número de habitantes que esta cidade registou ao longo dos últimos 10 anos, após a transferência da capital de Bona para Berlim. Mas, em muitas cidades do Leste da Alemanha, a situação é completamente diferente. Zwickau, na Saxónia, por exemplo, tem hoje apenas 90 000 habitantes (eram 120 000, em 1989), apesar de se encontrar ali implantada a mais importante fábrica de automóveis da Volkswagen. E o seu futuro poderá tornar-se ainda mais sombrio. Como salientou o Frankfurter Allgemeine Zeitung, daqui a alguns anos, o Leste da Alemanha enfrentará um choque demográfico, porque a taxa de natalidade actual é de 0,77 crianças por mulher e o número de homens solteiros ultrapassa largamente o das mulheres. Só os países mais pobres da Europa apresentam uma queda da população comparável à da Alemanha de Leste, nos últimos 20 anos.
A enorme transferência de recursos do Ocidente para o Leste da Alemanha, que foi acompanhada pela construção de infraestruturas modernas, aliada ao fenómeno actual de despovoamento, dá aos checos e aos polacos a grande oportunidade de "colonizar" esses territórios. Foram sobretudo os polacos que começaram a explorar essa oportunidade, muitos deles seguindo um regime do tipo "viver na Alemanha e trabalhar na Polónia".
Discretamente, pé ante pé, vai reaparecendo a Europa Central de outrora, cujas fronteiras dos Estados-Nação eram frequentemente bastante indefinidas. E isso de uma maneira completamente diferente daquilo que poderíamos ter receado. Eis mais uma razão pela qual podemos e devemos já superar os nossos complexos de inferioridade em relação à Alemanha e aos alemães.

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