A CRISE NO NOSSO RECTÂNGULO...
O que será que deu de errado em Portugal?
Diferentemente de
outros países, não houve qualquer estouro de bolha em Portugal. O que
houve foi um processo gradual de perda de competitividade, com o aumento
dos salários e redução das tarifas de exportações de baixo valor da
Ásia para a Europa.
Enfrentando um baixo crescimento econômico, o governo português tem
encontrado dificuldades para obter a arrecadação necessária para arcar
com os gastos públicos.
Os gastos do governo têm sido relativamente altos, devido em parte a
uma sucessão de projectos caros - especialmente de melhora no setor de
transportes, tendo em vista o aumento da competitividade( só que depois
vai destruindo o que incentiva-"não se compreende", mas será para
compreender?!...
Assim, quando estourou a crise financeira global, Portugal passou a
enfrentar uma grande dívida pública, que ficou cada vez mais difícil de
ser financiada.
Pergunta-se porque Portugal precisa de ajuda?
Portugal tem
tido crescentes dificuldades para administrar a sua dívida, com o
aumento das taxas de juros que é obrigado a pagar, devido às
preocupações de investidores( e de crápulas das agências de ratting) de que o país será incapaz de pagar seus
empréstimos.
Para aumentar a confiança na economia, tenta-se adoptar " medidas a
maioria sem pés nem cabeça "de austeridade para reduzir os
gastos do governo. O pacote incluí cortes no pagamento de pensões, de
subsídios de férias e natal, e no aumento do IVA e no aumento de todos
os produtos
aumentos de impostos e altas nas tarifas do transporte público...
No entanto, a oposição considera as medidas drásticas demais, e com toda a razão, e com todas estas medidas draconianas a confiança na economia caiu ainda mais.
Qual a razão lógica porque Portugal não decreta moratória da dívida?
Se Portugal não fizesse parte da zona do euro, ele poderia ser levado a
decretar moratória, fosse se negando a pagar os juros da sua dívida,
fosse insistindo que seus credores aceitassem receber parcelas menores,
além de perdoar parte da dívida.
No caso de Portugal, isto seria muito difícil. A taxa de juros que
governos da zona do euro pagam já tem sido mantida baixa, sob o
argumento de que a UE e o Banco Central Europeu (BCE) dariam assistência
aos países da região para evitar moratórias.
Se não fosse este o caso, o custo de tomar empréstimos por parte dos
países menores da EU - alguns dos quais já encarando problemas para
saldar as suas dívidas - aumentaria significativamente.
Assim, se Portugal decretasse moratória, provavelmente a Irlanda e a
Grécia também fariam o mesmo - o que traria grandes problemas para os
bancos que emprestaram dinheiro a estes países.
Se todos estes bancos tivessem problemas, isto seria um grande teste
para os recursos do BCE, que já emprestou dinheiro às instituições
envolvidas com os países em crise. É provável que a UE continue ajudando
os países para evitar moratórias, mas vai continuando a sugar-nos o
pouco que nos resta, principalmente o FMI, que cada vez que nos visita
pagamos 36 milhões de euros.
Mas para bom entendedor vemos que no dia em que a crise mundial estiver oficialmente ultrapassada,
Portugal não estará mais perto de sair dela. O motivo é simples: a crise
faz parte do modo de operação da economia portuguesa. Para alterar o
rumo do país, é preciso modificar radicalmente o modelo de
funcionamento. A alternativa, se nada for feito, é sair "da crise
conjuntural com os problemas estruturais agravados" por causa das opções
de política económica que estão a ser tomadas.
Devíamos
defender uma solução de três passos: "Um, reformas estruturais; dois,
reformas estruturais e três, reformas estruturais".
Será
preciso reestruturar tudo, da Justiça ao trabalho, passando por todos
os domínios da despesa pública, e repensar o endividamento externo. "Não
temos feito grandes reformas nos últimos anos", o aumento da
competitividade requer novos formatos, temos que ser radicais, erradicar
o que está "mal" pela raiz.
Temos que repensar os gastos
megalómanos. "porque estamos a correr o risco de
hipotecar o futuro", porque o nível actual de
endividamento "é preocupante", temos de trocar volume por qualidade no
que toca a investimentos. "A capacidade
de endividamento externo não é ilimitada, e exige escolhas", temos de
saber ver que governar é hierarquizar prioridades, e depois
optar, doa a quem doer.
Temos de investir na geografia, porque Portugal deve servir de
porta de entrada de
produtos na Europa e particularmente na Península Ibérica, aproveitando a
sua posição no Atlântico e o país tem que apostar na capacidade
transformadora e usar aquilo que tem de melhor: as pessoas e a inovação.
"Para sair da crise também é acertado apostar no turismo.
O país tem vivido acima das possibilidades, graças ao endividamento
excessivo, e que as entropias geradas pelas desigualdades,prejudicam o
caminho para a prosperidade, perpetuando os desequilíbrios que existem
há décadas e por isso temos de olhar para os resultados das políticas públicas que, no fim de
contas, são salários indirectos para muitas pessoas Isto é: melhor
saúde e educação só podem ter um efeito positivo na produtividade e no
bem-estar de toda a população a médio/longo prazo ..
Temos o
dever de proteger
as boas ideias, porque os governantes de Portugal não perceberam muito
bem a mudança actual de
paradigma, na qual a propriedade intelectual é de importância vital é
por isso que é preciso reforçar a protecção da inovação e a massa
crítica de
talentos.Temos de criar 100 a 200 novas empresas de base tecnológica, e
temos de criar bom ambiente para a juventude talentosa.Portugal tem
nesta década de se centrar na "flexibilização" e de capitalizar na
"boa imagem" que angariou em sectores de valor acrescentado, como a
tecnologia, o turismo, a vitivinicultura e as energias renováveis.
Seria tão difícil implementar políticas semelhantes a estas? Sim será
enquanto tivermos esta corja corrupta a governar-nos, e o principal
culpado é o "Povo", que continua enfeitiçado pelo falar destes políticos
de pacotilha e por estes motivos iremos atravessar fases muito difíceis, nestes próximos anos .